Apesar do superávit de US$ 3,2 bi em agosto, crise leva ministério a novo parâmetro
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, admitiu ontem (03) pela primeira vez que o governo abandonou a meta de ampliar as vendas externas para US$ 264 bilhões, em 2012, devido à demora na recuperação da economia mundial. Pela primeira vez as exportações acumuladas durante o ano, do Brasil à China, ficaram menores que no mesmo período do ano passado. A meta agora é manter as exportações próximas ao patamar atingido no ano passado de aproximadamente US$ 257 bilhões.
“O governo não vai atingir a meta de exportação para este ano, mas o resultado deve ser muito melhor do que tínhamos de 2008 para 2009, época do primeiro mergulho da crise”, admitiu Teixeira.
O secretário disse ainda que é preciso aguardar o desfecho da greve de órgãos públicos, que interferem no comércio exterior, para obter melhor o levantamento preciso das exportações registradas no ano passado. Teixeira também ressaltou sobre as medidas adotadas pelo governo para estimular a indústria e as vendas externas. “Estamos lutando para manter as exportações no mesmo patamar do ano passado, que foi recorde.”
Superávit em agosto
Mesmo com o mau desempenho das exportações, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 3,227 bilhões em agosto, de acordo com os dados divulgados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O resultado foi o maior de 2012, superando o valor verificado em maio, de US$ 2,9 bilhões, ficando atrás apenas de 2011, que foi recorde.
A secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Lacerda Prazeres, destacou que o saldo de agosto poderia ter sido melhor caso a greve de servidores já tivesse terminado. O superávit comercial brasileiro no ano está em US$ 13,2 bilhões, número inferior em 34,1% ao aferido nos primeiros oito meses do ano passado (US$ 20 bilhões). A corrente de comércio foi a segunda maior da série histórica, somando US$ 308 bilhões, quantia menor apenas a que foi verificada em 2011, com US$ 313,5 bilhões.
No mês, a exportação alcançou o valor de US$ 22,382 bilhões. Sobre agosto de 2011, as exportações retrocederam 14,4%, pela média diária. Em comparação a julho de 2012, assinalou-se acréscimo de 1,9%. De acordo com Prazeres, mais da metade do recuo (45%) foi atribuído a queda do minério de ferro.
Fonte: NetMarinha / 4/9/2012