September 12, 2012

Com intervenção do BC, dólar retoma trajetória de alta

Lucas Bombana (lbombana@brasileconomico.com.br)
 
# Após atuação da autoridade monetária, câmbio doméstico passou a operar descolado do restante do mercado mundial de moedas
               
No mercado de juros futuros, curva passou a operar em queda no mesmo momento que o presidente do BC, Alexandre Tombini, discursava no Senado.

Após quatro quedas seguidas, que colocaram a cotação do dólar na casa de R$ 2,01, o Banco Central (BC) voltou ao mercado nesta quarta-feira (12/9) com um leilão de swap cambial reverso, que corresponde a uma compra futura, o que faz a moeda americana voltar a se valorizar frente ao real.

A divisa registrava ganhos de 0,29%, negociada a R$ 2,022 para venda.

A autoridade monetária vendeu US$ 1,374 bilhão em 27,5 mil contratos com vencimento em 1° de outubro e 1° de novembro, dos 36 mil ofertados.

"O BC mostra que não se sente confortável com o dólar muito próximo de R$ 2,00", diz Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.

Com o otimismo que prevalece nos mercados em função da aprovação na Alemanha do fundo de resgate, e pela expectativa por novos estímulos nos Estados Unidos, os investidores correm atrás de ativos de maior risco atrelado, gerando uma rodada de perdas do dólar frente a maior parte das divisas.

Isso explica o porquê da valorização do dólar frente ao real não ser mais substancial, pontua Leal.

O Dollar Index, índice que mede a variação da moeda americana frente uma cesta de divisas, caía 0,14%, aos 79.743 pontos.

Juros

A curva de juros futuros da BM&FBovespa, que operou nas primeiras horas do pregão próxima da estabilidade, após a divulgação do IPC da Fipe em linha com as estimativas dos analistas, passou a recuar com o discurso do presidente do BC, Alexandre Tombini, que falou no Senado Federal, na Comissão de Assuntos Econômicos.

Mais negociado, com giro de R$ 13,520 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 recuava de 7,79% para 7,76%, enquanto o para julho do mesmo ano caía de 8,18% para 8,13%, com volume de R$ 3,029 bilhões.

Em sua apresentação, o presidente da autoridade reafirmou que a inflação segue em trajetória de convergência para a meta, ainda que de forma não linear.

"O cenário prospectivo para a inflação, embora para o curto prazo tenha sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, mantém sinais favoráveis em prazos mais longos", disse Tombini.

Segundo o presidente do BC, as políticas de oferta que vêm sendo adotadas pelo governo devem contribuir para reduzir os custos de produção e, assim, conter pressões de preços no médio prazo.

Além disso, a autoridade falou que a perspectiva é de baixo crescimento para a economia mundial por um período prolongado, com viés desinflacionário no médio prazo.

"As economias centrais começam a sentir com mais intensidade os efeitos da crise", pontuou. "As autoridades vêm adotando medidas que contribuem para reduzir o risco de eventos extremos, mas que não representam soluções definitivas".

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