# Presidente de uma associação de farmácias, um consultor e dois executivos de turismo contam suas experiências com a literatura
Brasil Econômico - Priscila Dadona
Um país se faz com homens e livros. A célebre frase do escritor Monteiro Lobato resume a importância que cultivar o hábito de ler tem na vida das pessoas, especialmente na dos líderes. E, toda vez que um novo ano começa, o item “ler mais” sempre consta da lista de promessas.
Para dar uma mãozinha àqueles que pretendem, realmente, cumprir a promessa de réveillon, Brasil Econômico entrevistou alguns executivos para dar dicas de livros que já leram ou que pretendem ler em 2013.
Sérgio Mena Barreto é um bom exemplo a ser seguido. Diretor-presidente da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias, a Abrafarma, Mena Barreto lê por ano 40 livros e, em 2013, promete ler mais 22. A lista inclui desde obras técnicas até romances. “Um bom profissional deve ler sobre áreas diversas. Um pouco de livros de executivos, um pouco de literatura e a maioria focada em crescimento pessoal e espiritual”, recomenda o profissional.
Além do hábito de ler, Mena Barreto tinha também o costume de registrar, em cadernos, os pontos-chave dos livros. O profissional, que ministra diversas palestras Brasil afora, garante que isso o ajuda a ter ideias e a contar histórias. “Abro as minhas apresentações com histórias tiradas dos livros, transformo o que seria técnico em uma história. Esta sinapse vem da literatura e ajuda na conversa”, garante o profissional. Com a chegada do tablet, o presidente da Abrafarma abandonou os cadernos e digita os ensinamentos direto no dispositivo móvel.
Além de ajudar no trabalho, ele diz que a leitura o ajuda a compreender a vida e representa momentos de lazer. “Ajuda a entender que a vida não é só isso, que aqui é uma passagem, a leitura nos faz viajar”.
O executivo é tão apaixonado pela literatura que já escreveu o livro “Zona de coragem” e está escrevendo mais um — além de ter outro no forno pronto para ser lançado. “Todos os dias alguém vai me ver com um livro na mão”, afirma, que publica regularmente na sua página na rede social Facebook o que leu e o que pretende ler.
Outro apaixonado pela leitura é o presidente da BDO, Raul Corrêa da Silva. Atualmente, ele está lendo quatro obras simultaneamente: “Poder do hábito”, “Danuza sem juízo”, “Ricardo Amaral” e “Winston Churchill”. Inquieto, Silva criou a BDO/RCS Auditores Independentes, a Terco, é diretor do Corinthians e participou da fundação da Gaviões da Fiel e ainda tem tempo para ler cerca de 20 livros no ano. Um dos que mais o marcaram é “Small is Beautiful”, que mostra que o segredo é ser pequeno. “Foi um livro que realmente me acompanhou”, afirma o executivo, que diz levar a sério a leitura.
Além de todas as suas habilidades, Silva ainda tem no currículo livros de música escritos a partir de trabalhos de pesquisa no cancioneiro brasileiro. “Separo frases das músicas brasileiras”, diz.
Toni Sando, presidente executivo do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) prefere ler obras alinhadas ao seu dia a dia. Como trabalha com turismo, sempre leva para a sua rotina e sua equipe ensinamentos extraídos dos livros. “Tudo que leio trago aos comitês e reuniões de planejamento estratégico”, afirma Sando, que dá preferência a obras sobre turismo e cidades criativas. “Estão voltados para o meu mundo.”
Mas, assim como seus colegas executivos, Sando também diversifica a leitura. “Como trabalho com muitas mulheres, por curiosidade para entendê-las li “50 tons de cinza” e, além disso, leio muitas revistas femininas”, afirma o executivo, que coordena uma equipe de 30 pessoas, sendo 25 mulheres.
André Webber, diretor da Tour House, leva tão a sério a questão da leitura que que faz lista temática por ano. Em 2013, o assunto escolhido é vinhos. “Resolvi que o meu tema iria ser “histórias com vinhos”; como crio viagens de incentivos, busco olhares diferentes sobre os destinos”, afirma Webber, que montou uma lista com 10 livros, iniciados por “La Bodega” e “Guerra e Vinho”.
Como alguns da extensa listagem são bastante técnicos, Webber reveza com títulos “mais leves”. Neste ano, o executivo pretende ler 30 livros.
Fonte: Brasil Econômico - 17/1/2013