Editorial
"Quando comecei não tinha a pretensão de salvar o mundo sozinho, e ainda não tenho. Mas sei que somos exemplo para outras empresas e pessoas que se preocupam com o meio ambiente e é isso que importa."
A afirmação pode soar estranha partindo do dono de uma empresa de lavagem de carros, mas evidencia a importância que iniciativas e empreendimentos individuais e de pequeno porte podem ter quando se trata de boas práticas ambientais.
Ao criar a Dry Wash, em 1995, Lito Rodriguez tinha como preocupação diminuir o consumo de água nesta atividade. Hoje, a empresa vai muito além, com uma gestão que reforça a sustentabilidade, incluindo iniciativas, como plano de carreira, redução do consumo de energia elétrica e até a reciclagem do lixo coletado nos carros.
Nas páginas da edição do Brasil Econômico desta segunda-feira (28/2), as repórteres Amanda Vidigal Amorim, Marta San Juan França e Mariana Segala apresentam alguns exemplos de comportamentos semelhantes ao de Lito, que conseguem aliar sustentabilidade com bons resultados financeiros, não importando o porte do empreendimento.
E mostram que essas boas práticas, em sua maioria ainda isoladas, começam a exigir uma contrapartida efetiva de parte dos órgãos públicos que consigam conciliar e incentivar este despertar de consciência de empreendedores e consumidores.
"O Brasil não tem um plano de desenvolvimento em que haja harmonização entre as leis, os incentivos governamentais e a conscientização do consumidor", lamenta Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).
Marcos Bicudo, presidente da Philips do Brasil, ligado a vários projetos relacionados à economia verde, complementa, lembrando que adota como estratégia exigir um posicionamento do governo e também de toda a sociedade quanto a uma agenda para o desenvolvimento sustentável.
Afinal, da microempresa à corporação transnacional, a sustentabilidade pode representar um bom negócio. Para o bem de todos.
Fonte: Brasil Econômico - 28/2/2011