February 07, 2013

Sinais positivos do investimento estrangeiro

José Dirceu - Advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

Apesar da cautela decorrente dos efeitos da crise internacional, em 2012 o Brasil foi um dos líderes do ranking mundial de Investimento Estrangeiro Direto (IED), despontando em quarto entre os países que mais receberam aportes de fora.

Ficou atrás apenas dos Estados Unidos, China e Hong Kong e desbancou países como França, Reino Unido, Alemanha e Japão.

Essa excelente notícia deve soar como surpresa àqueles que acompanham o noticiário pela grande imprensa, cujas análises alarmistas fazem crer que os investidores foram afugentados e estão pessimistas em relação ao Brasil.

O levantamento feito pela ONU e divulgado há poucos dias mostra exatamente o contrário. O Brasil recebeu US$ 65,3 bilhões de IED no ano passado, contra US$ 66 bilhões em 2011, uma diferença de apenas 2%, muito inferior à média mundial.

Outra boa notícia é que, pela primeira vez, as economias emergentes receberam mais investimentos que as desenvolvidas. De acordo com os dados, 52% dos fluxos de investimentos em 2012 foram direcionados aos países emergentes.

Houve, entretanto, um freio no investimento global? que retrocedeu 18%? Já que muitas multinacionais recuaram à espera de uma definição política para a crise e de dias mais favoráveis para a economia mundial.

Os níveis totais de investimentos ficaram em US$ 1,3 trilhão, próximo do ponto mais baixo dos últimos 10 anos. A ONU alertou para a situação preocupante dos países ricos, que registraram queda de 37% nos investimentos.

Ainda assim, a ONU mantém expectativa positiva para este ano e prevê crescimento de 7% a 8% nos investimentos.

O volume de IED recebido pelo Brasil nos últimos anos, a despeito da crise, aumenta a confiança de que o nosso país continuará sendo destino de investimento produtivo, o qual gera riquezas, emprego e renda para a nossa população.

Esse movimento é reforçado também pelo resultado de uma pesquisa divulgada durante o Fórum Econômico Mundial, na qual o Brasil foi apontado pelos principais executivos do mundo como o terceiro mercado mais importante, depois dos EUA e da China.

No levantamento feito junto a 1,3 mil lideranças de empresas em 68 países, o Brasil foi mencionado por 15% dos executivos convocados para o evento em Davos como sendo um dos mais importantes para o crescimento de suas empresas, contra 31% da China e 23% dos EUA.

Ficou na frente de Alemanha (12%), Reino Unido (6%) e Índia (10%). A mesma pesquisa revelou que o empresariado brasileiro também está otimista e não compartilha da histeria da oposição, alardeada pela imprensa: 44% dos presidentes de empresas no país estão muito confiantes no crescimento das receitas de suas companhias, percentual superado apenas pelos executivos russos, indianos e mexicanos.

Por todas essas razões, cada vez funciona menos o discurso falso e derrotista de que o Brasil está pouco atrativo e de que o nosso mercado não terá mais para onde crescer.

A divulgação do IBGE de que o desemprego no ano passado ficou no patamar mais baixo dos últimos dez anos, 5,5%, também atesta que estamos no rumo certo.

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José Dirceu é advogado, ex-ministro da Casa Civil e membro do Diretório Nacional do PT

Fonte: Brasil Econômico / 7/2/2013

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