Fonte: http://www.atribuna.com.br/ - 21/01/2015 - 12h29
Fernanda Haddad
As empresas interessadas em concorrer à administração do transporte público de Santos vão ter que oferecer o preço da tarifa abaixo de R$ 3,30. Esse foi o teto que a Prefeitura estabeleceu no edital que será lançado dentro dos próximos 15 dias.
O concorrente que oferecer o menor preço, e melhor acatar as outras exigências do documento, ganha a permissão para administrar os coletivos por, pelo menos, os próximos oito anos.
O valor foi revelado ontem pelo presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos (CET), Antonio Carlos Silva Gonçalves, durante a última audiência pública antes do início do processo licitatório.
O teto foi baseado nos reajustes que a tarifa deveria ter sofrido desde 2013, quando a passagem foi congelada após as manifestações que tomaram as ruas do País, contra os aumentos do transporte.
A empresa que ganhar a concorrência deve assumir em março, segundo previsão do presidente da CET, quando poderá ocorrer um reajuste das passagens. “O prefeito prometeu que não ia subir o preço até março, então o aumento deve ocorrer”.
Mas a Prefeitura tem uma carta na manga para não permitir o aumento: o subsídio, no valor de R$ 22,3 milhões, aprovado pela Câmara Municipal no final do ano passado.
“Se o prefeito (Paulo Alexandre Barbosa) achar que deve aplicar o recurso para segurar o preço das passagens, a tarifa pode não subir. Mas isso fica a cargo dele, se tiver a disponibilidade do dinheiro”, ressalta Gonçalves.
# Readequação das linhas
A empresa que assumir já estará ciente das readequações que as 40 linhas circulares de Santos poderão sofrer. “O sistema não é eficiente. Temos linhas que demoram até 1h30 para fazer o trajeto entre a partida e o destino”, reconhece o presidente da CET.
A mudança nos itinerários foi um pedido em comum de diversos munícipes que participaram, ontem (20), da audiência pública. A alteração está prevista para ocorrer este ano, mas “está atrelada, principalmente, à chegada do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Não faz sentido algumas linhas continuarem passando por onde passam, se o VLT percorrerá o mesmo espaço”.
De acordo com o diretor de Transportes Públicos da CET, Rogério Vilani, a readequação das linhas ainda está sendo elaborada. Critérios como a mudança de linhas para vias com maior fluência nos horários de pico, assim como o aumento dos corredores de ônibus na Cidade, estão sendo levados em conta.
O presidente da CET afirma que o novo contrato com a vencedora da licitação dará à companhia mais mecanismos para fiscalização e cobrança dos serviços. O teto da multa que pode ser aplicada, inclusive, aumentou: passou do valor referente a 5 mil passagens para 30 mil passagens. “Com maior rigidez, nós vamos conseguir exigir da empresa um transporte de mais qualidade”.
