Natália Flach (nflach@brasileconomico.com.br)
# Entre os itens indispensáveis do glamping, estão camas confortáveis, refeições preparadas por chefs renomados e equipamentos eletrônicos
# Acampamentos de luxo ganham adeptos entre quem quer mergulhar na natureza sem abrir mão do conforto.
Passar a noite em uma tenda de lona envolvido em um saco de dormir pode ser um pesadelo para quem não dispensa conforto e luxo, mesmo em meio à natureza. Pensando nisso, surgiu uma tendência que mistura acampamento e glamour (chamado glamping) que acaba de aterrissar no Brasil.
"As pessoas que procuram esse tipo de experiência são viajadas, já conhecem o mundo, e agora querem novos roteiros, mas sem abrir mão de serviços de luxo. Em geral, são executivos com mais de 35 anos que querem ampliar os laços com a família", afirma Tatiana Jardim, gerente de marketing da Maktour, acrescentando que também não é raro casais procurarem esse tipo de aventura romântica.
Entre os itens indispensáveis do glamping, estão camas confortáveis, refeições preparadas por chefs renomados, equipamentos eletrônicos, lençóis de algodão egípcio, champanhe gelado e atividades de lazer. "Na África, os acampamentos focam um ar atemporal com tapete persas e velas, como no filme ‘Entre dois amores' (de 1985)", diz a executiva.
No alojamento no Quênia, além da elegância, os hóspedes contam com mordomos pessoais. "Todos os dias os turistas saem de carro para os safáris e, no meio da savana, param para degustar champanhe", aponta.
Já em Botsuana, a viagem é um pouco mais intensa porque o acampamento não tem endereço fixo - a cada cinco dias muda de localização para ficar mais perto dos animais. Mesmo assim, conta com itens indispensáveis como banheiro, ar-condicionado, talheres de prata. "Nada de garfinho de plástico", ri. "Já o pacote de viagem da Patagônia exige do turista preparo físico."
A Terra do Fofo, no extremo da América do Sul, é a única representante do continente, segundo Tatiana, que acredita que, em breve, o Brasil também deve ser receber acampamentos de luxo.
"Os brasileiros estão descobrindo cada vez mais esse tipo de viagem, na medida em que a renda no país aumenta. Afinal, o preço da hospedagem é equivalente a um hotel cinco estrelas em Nova York", compara Tatiana.
Não é apenas em tendas que o glamping pode ser praticado. Há ainda a possibilidade de abrigar os hóspedes em cabanas, casas na árvore e até trailers, segundo o site Glamping.com. Nos Estados Unidos, reservas florestais em Wyoming e Montana são os principais destinos. A diária no resort em Paws Up custa a partir de US$ 1.055 para duas pessoas.
Na Tanzânia, no Sanctuary Swala, as taxas começam em US$ 520 por pessoa e a melhor época de visitação é de junho a dezembro.
Já na Itália, o hóspede volta à infância ao passar as noites em casas da árvore que ficam a oito metros do chão. A diária sai por € 320 e é ideal para casais.
Por fim, na Austrália, o passeio é recomendado para famílias. As 15 tendas erguidas em meio ao deserto, no parque nacional Uluru-Kata Tjuta, permite ao visitante acompanhar o nascer e o por-do-sol de um lugar privilegiado. A melhor época do ano é de julho a novembro e custa US$ 1.377 por dia.
Acacio Queiroz, presidente da Chubb Seguros, nunca fez glamping, mas é aficionado por ficar em meio à natureza. O seu próximo destino é o Pantanal, onde deve passar 40 dias com a família.
"Comprei um carro especial para dirigir pelo Pantanal, mas até hoje não fui. Já fiz pesca amadora no Rio Amazonas e já visitei a floresta tropical em Porto Rico e a catedral do sal na Colômbia", diz. Hospeda-se em fazendas e hotéis de ecoturismo. Quem sabe o próximo passo não é acampamento de luxo?
Fonte: Brasil Econômico - 19/11/2012