November 04, 2014

Grupo planeja terminal em Santos

Fonte: A Tribuna - 4/11/2014, página C-1, Porto & Mar

# Empreendimento de R$ 480 milhões é desenvolvido pela Santorini Terminais, da EBT. Projeto será tema de audiência pública amanhã

LEOPOLDO FIGUEIREDO

EDITOR

A Santorini Terminais e Armazéns Gerais, do Grupo Empresa Brasileira de Terminais e Armazéns Gerais (EBT), prepara a implantação de um terminal privado no Porto de Santos, destinado à movimentação de granéis e produtos florestais, especialmente celulose. Conforme o projeto, o empreendimento poderá operar 26 milhões de toneladas anuais, ampliando em 20% a capacidade de carga do cais santista, e aposta, principalmente, nas ferrovias para transportar mercadorias entre a região e o interior do País.

Investimento de R$ 480 milhões, o terminal será construído em um terreno do grupo no bairro Guarapá, na Área Continental de Santos, na altura do Km 74 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na zona retroportuária. Com essa localização, as mercadorias vão chegar ou sair da unidade sem passar por áreas urbanas. O embarque e o desembarque de cargas ocorrerão com o auxílio de dutos e um sistema de correias transportadoras, que vão ligar a instalação até dois berços da Ilha Barnabé, na Margem Esquerda do Porto.

As características do terminal e seus impactos noecossistema da região serão debatidos amanhã, às 17 horas, em uma audiência pública a ser realizada no auditório da Faculdade de Direito, da Universidade Católica de Santos (UniSantos). O evento, aberto à população, é promovido pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), para a apresentação do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) do projeto.

A atividade integra o processo de licenciamento ambiental do empreendimento, que tramita na Cetesb.

Conforme os detalhes apresentados no Rima, o empreendimento contará com quatro instalações retroportuárias: uma para a movimentação de granéis sólidos vegetais, como açúcar e soja; outra para a operação dos granéis líquidos, caso de óleo diesel, gasolina, álcoois e acetatos; uma terceira para os produtos florestais; e um pátio de estacionamento com 130 vagas para caminhões, para uso exclusivo da empresa.

Esse pátio será complementado com áreas para estacionamento intermediárias, construídas nas proximidades dos armazéns de granéis sólidos e de produtos vegetais. No total, haverá 230 vagas para veículos de carga e passeio.

GRANÉIS SÓLIDOS

A instalação para granéis sólidos vegetais contará com oito armazéns, que serão utilizados principalmente para cargas de exportação. Três serão reservados para carregamentos de açúcar, outros três para outros tipos de granéis sólidos vegetais (como soja) e mais dois para granéis sólidos diversos. Essa segmentação busca atender o plano de negócios do terminal, que prevê a operação de cargas de importação, como outras outros grãos vegetais (como trigo) e, “eventualmente”, adubos e fertilizantes em geral.

Esses armazéns terão acesso tanto rodoviário como ferroviário. A expectativa da empresa é operar 70% de seus carregamentos de granéis sólidos com ferrovia e 30% por rodovia.

Por esse motivo, está prevista a construção de uma pera ferroviária (linha férrea com a forma de uma elipse, de modo a facilitar a descarga e as manobras de trens) ao redor dos oito armazéns. Ela poderá receber, simultaneamente, três composições com até 1,5 quilômetro de extensão, cada uma.

A parte de granéis líquidos contará com 28 tanques, capazes de armazenar 86 mil metros cúbicos e terá acessos rodoviário e ferroviário.

LIGAÇÃO AÉREA

Para o embarque ou o desembarque dos granéis, as instalações retroportuárias serão ligadas até os berços da Ilha Barnabé por meio de um sistema de esteiras e tubulações. Serão 15 linhas de dutos para a movimentação de granéis líquidos e quatro de correias para o material sólido, todas aéreas. Elas serão montadas sobre uma estrutura metálica, que ficará a 10,5 metros de altura – dessa forma, não irá afetar as vias ferroviárias e rodoviárias que atravessar. A estrutura terá uma extensão de 3.368 metros e uma largura de 4,15 metros.

A unidade para produtos florestais contará com um armazém de 75 mil metros quadrados, podendo receber cargas de exportação por ferrovia e rodovia. Diferente dos granéis, esses produtos serão levados até o cais pela estrada de acesso à Ilha Barnabé.

Conforme o Rima, o empreendimento poderá movimentar carga geral não conteinerizada, como celulose, bobinas de papel, madeira compensada, metais não metálicos, produtos siderúrgicos e cargas de projeto. Mas seu foco serão os produtos florestais, especificamente a celulose.

# O projeto

Empreendimento orçado em R$ 480 milhões, o Terminal Santorini será instalado em um terreno da empresa no bairro Guarapá, na Área Continental de Santos, na altura do Km 74 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.

Ele movimentará granéis sólidos vegetais e líquidos, além de produtos vegetais.

Seus armazéns, pátios de estacionamento, acessos rodoviários e linhas ferroviárias ficarão na zona retroportuária, enquanto os embarques e desembarques serão feitos em dois berços da Ilha Barnabé, que fica nas proximidades, na Margem Direita do Porto de Santos. Os granéis serão transportados entre os armazéns e os berços por um sistema de dutovias e esteiras aéreas, suspensas a 10,5 metros de altura.

# Santorini aposta em ferrovia e sustentabilidade

Fonte: A Tribuna - 4/11/2014, página C-2, Porto & Mar

LEOPOLDO FIGUEIREDO

EDITOR

A Santorini Terminais e Armazéns Gerais aposta em operações sustentáveis para implantar sua instalação no Porto de Santos. Uma das estratégias adotadas é a utilização do modal ferroviário para o transporte das cargas entre a unidade portuária e o Interior do País.

O empreendimento foi desenvolvido para movimentar, quando totalmente instalado, 26 milhões de toneladas por ano – no ano passado, o complexo santista escoou 114 milhões de toneladas. Serão 20 milhões de granéis sólidos, 6 milhões de produtos florestais e 705 mil metros cúbicos de granéis líquidos. Parcelas significativas dessas cargas serão levadas ao terminal (no caso das exportações) ou retiradas (nas importações) por trens ou outros modais menos poluentes do que os caminhões.

Cerca de 70% dos carregamentos de granéis sólidos e 100% dos produtos florestais devem utilizar as composições ferroviárias. Quanto aos líquidos, todos serão escoados entre a instalação portuária e outras regiões do País por dutovias.

“Este é um terminal calcado em sustentabilidade. Nossa opção pela ferrovia evitará que sejam colocados 500 mil caminhões por ano nas estradas da região.

São menos 68 mil toneladas de NOX (óxido de nitrogênio) e 5 mil toneladas de CO (monóxido de carbono) liberados na atmosfera”, declarou o diretor comercial da Santorini, Aquiles de Oliveira Dias Teixeira.

Para garantir a utilização dos trens, a instalação portuária terá um ramal exclusivo de dois quilômetros de extensão, ligadoà malha férrea da concessionária MRS Logística. A própria operadora ferroviária realizará a obra, que está em fase de licenciamento ambiental, e garante o atendimento da demanda do empreendimento.

Outra preocupação do projeto é em relação à liberação, na atmosfera, de material particulado proveniente da movimentação de cargas. Apesar das atividades ocorrerem distante de áreas urbanas, todas as esteiras usadas no transporte de cargas entre os armazéns retroportuários e os berços da Ilha Barnabé serão enclausuradas (terão uma cobertura, impedindo sua liberação no ar).

E a chegada de caminhões será agendada, como exige a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária de Santos.

“O terminal foi planejado para melhorar a infraestrutura do Porto de Santos e garantir sua performance. Vamos ampliar a capacidade de armazenagem da região e a eficiência do complexo”, afirmou Aquiles Dias.

MERCADO

Para atrair cargas à futura instalação portuária, o diretor comercial destaca que a unidade será “um terminal bandeira branca. Não somos donos da carga. Estamos aqui para atender a comunidade do Porto de Santos e os pequenos e médios produtores brasileiros”.

O projeto está sendo desenvolvido pela Santorini Terminais e Armazéns Gerais, companhia de capital totalmente nacional e sob o controle acionário da Empresa Brasileira de Terminais e Armazéns Gerais (EBT), que já está presente no Porto de Santos. A EBT é a controladora das operadoras portuárias Ageo e Ageo Norte (antiga Copape), arrendatárias de terminais públicos de granéis líquidos na própria Ilha Barnabé, por onde as cargas da Santorini serão escoadas.

Com a futura unidade, a EBT conseguirá atuar como operadora de instalações públicas como privadas.

HISTÓRICO

Segundo Dias, a ideia do empreendimento surgiu entre 2008 e 2009, anos de crescimento das exportações brasileiras, especialmente da produção agrícola. O processo de licenciamento ambiental teve início em 14 de junho de 2011, com o protocolo do plano de trabalho do projeto na Cetesb.

O EIA-Rima foi desenvolvido pela consultoria Itsemap, do grupo internacional Inerco.

Com a realização da audiência pública amanhã, a Santorini trabalha com a expectativa de obter a licença provisória (que aprova a localização e a concepção do empreendimento, atestando sua viabilidade ambiental) no próximo semestre.

Assim, será possível a licença de instalação (que autoriza o início da obra) no meio do ano que vem. A ideia é iniciar as atividades do terminal em três anos.

“Esta foi a nossa oportunidade de termos um terminal planejado, buscando marcar nossa eficiência. O Terminal Santorini é a perpetuação do grupo na atividade portuária”, afirmou o diretor comercial, Aquiles Dias.

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