March 28, 2013

Cafeicultores estão de olho em Brasília

 
O setor de café está de olho nas decisões desta quinta-feira (28/3) do Conselho Monetário Nacional. Produtores e Ministério da Agricultura acertaram alguns pontos que querem ver aprovados nessa reunião.

Uma das propostas é a prorrogação por quatro meses dos financiamentos que vencem neste ano. Feita essa prorrogação, o setor quer um alongamento de 12 meses das parcelas que vão vencer.

Uma outra proposta feita para o CMN é uma revisão dos preços mínimos do café, atualmente defasados em relação aos custos, segundo Roberto Simões, presidente da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais). Edilson Alcântara, diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, confirma que os preços mínimos propostos serão de R$ 340 para o café arábica e de R$ 180 para o conillon.

Simões diz que, aprovados esses valores, o setor vai pleitear que o governo utilize o instrumento de opções de compra e faça também leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural). A intenção é a retirada de pelo menos 5 milhões de sacas de café do mercado. Segundo ele, não há motivos para essa queda nos preços do café, uma vez que não há estoques e o consumo continua crescendo.

Além disso, produtores da América Central e da Colômbia passam por uma queda de produtividade devido a uma nova doença -a ferrugem- que ataca os cafezais dessas regiões. Só isso já seria motivo para alta do produto, diz ele.

Carlos Paulino da Costa, presidente da Cooxupé - maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, explica: "o produtor está triste. Isso é geral. De uma maneira geral, (a comercialização) depende das propostas que estão sendo trabalhadas em Brasília. Se for prorrogado o financiamento do Funcafé, vai diminuir (o volume de vendas) porque vai se esperar um preço melhor para poder vender".

"O produtor está de olho em Brasília, porque para Nova York já está cansado de olhar e ver que o negócio está despencando (...) Acho que chegamos no fundo do poço (em termos de preços internacionais)", declarou Costa.

Além das medidas emergenciais, o Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) aguarda as definições da nova composição do Ministério da Agricultura para levar adiante um plano para “salvar” a cafeicultura de montanha. A atividade representa 70% da produção de café em Minas Gerais, o maior Estado produtor do grão, e 50% do país, segundo Breno de Mesquita, presidente da Comissão de Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Elmiro Nascimento, secretário de Agricultura de Minas Gerais, que esteve esta semana em São Paulo para lançar a Semana Internacional do Café, que ocorrerá em setembro em Belo Horizonte, diz que o produtor necessita de R$ 350 a R$ 400 por saca para ter uma autonomia financeira.

Na avaliação de Nascimento, o país precisa desenvolver políticas de marketing para mostrar a qualidade a que chegou o produto brasileiro. Segundo ele, já está sendo preparada uma campanha na qual serão investidos R$ 100 milhões, em que serão reforçados pontos básicos como a qualidade do produto brasileiro, a sustentabilidade e a variedade de produtos existentes nas diversas regiões do país.

As informações são de Folha de S. Paulo e Reuters, adaptadas pelo CaféPoint.

Fonte: CaféPoint - 27/3/2013

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