May 26, 2015

"Sucessão em empresas familiares não tem receita de bolo, a governança é de acordo com o estágio", afirma especialista em palestra na Associação Comercial de Santos

"Sucessão em empresas familiares não tem receita de bolo, a governança é de acordo com o estágio", afirma especialista em palestra na Associação Comercial de Santos

A professora Elismar Álvares da Silva Campos, da Fundação Dom Cabral (FDC), afirmou que "sucessão em empresas familiares não tem receita de bolo, a governança é de acordo com o estágio da companhia", em palestra realizada a empresários e sucessores na tarde desta terça-feira, 26 de maio de 2015, no Salão de Reuniões da Associação Comercial de Santos (ACS), na Rua XV de Novembro, 137 - 2.º andar, no Centro Histórico. O tema foi “Desafios da governança e sucessão nas empresas familiares”.

O evento faz parte do Diálogo com Empresários da Baixada Santista, realizado pela Fundação Dom Cabral e Associação Comercial de Santos. A primeira apresentação ocorreu em 8 de abril de 2015, com o tema "Desafios em Tempos de Crise", exposto pelo professor Geraldo Sardinha.

Após a apresentação da professora Elismar Campos, foi oferecido um café aos participantes, no Salão de Mármore da Associação Comercial de Santos, no térreo da sede da entidade.

O diálogo é um evento destinado à troca de experiências entre os integrantes do Parceiros para a Excelência (Paex) - programa de gestão de médias empresas - na Baixada Santista com os demais empresários da região, para debater assuntos relevantes para o desempenho das organizações. O programa de atividades da Fundação Dom Cabral tem como foco propor soluções educacionais para o desenvolvimento organizacional.

A Dom Cabral é associada da Associação Comercial de Santos por intermédio da Effectio Consultoria em Gestão de Empresas e Sustentabilidade, representante da fundação na Baixada Santista.

Marco Paulo Penna Cabral e Sérgio Luiz Bruno, da Effectio, também estavam presentes na palestra apresentada pela professora Elismar Campos.

CAMINHOS

Elismar Campos, ao dizer que não há receita de bolo para a sucessão em empresas familiares, apontou que há alguns caminhos que precisam ser trilhados para que o processo transcorra bem. "É necessário colocar o filho na empresa, mas com desafios para testá-lo. É preciso colocá-lo para liderar equipes sob pressão. Ele é capaz de trabalhar 12 horas sem lamúrias? Deu certo? Se deu, ele terá condições de gerenciar a fábrica da empresa nos Estados Unidos, por exemplo. Se o filho não passar por todas essas provas, como será o presidente de um grande grupo empresarial?".

A professora citou que há três níveis de empresas. Um deles é o da pequena empresa, de primeira geração, integrada por pai, mãe e filhos - "é o negócio tipo padaria da esquina, em que ainda não há necessidade de profissionalização".

"Quando a empresa cresce, é o pulo do gato", disse. "É empresa de mercado, não é mais de liderança familiar". Quando a empresa cresce demais, vem o terceiro nível, o da grande empresa. "Neste nível, é preciso profissionalizar a família". Ela comentou que foi feita pesquisa entre grandes empresas que mostrou que familiares que se mantiveram na gestão da companhia se profissionalizaram.

A professora comentou que é essencial o indivíduo tenha capacidade de se descolar emocionalmente. "Há pessoas que são emotivas, coladas, que até chega a ser patológico".

Ela reafirmou a importância de encontrar soluções de governança apropriadas para cada estágio de uma empresa. "Não há como criar uma estrutura de governança se a empresa não está preparada. A governança deve ser adequada ao nível da companhia".

Elismar Campos é professora associada da Fundação Dom Cabral, especialista, em 1976, em Administração de Recursos Humanos pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead), da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de graduada em Psicologia pela UFMG em 1974.

Ela também é especialista em Planejamento de Carreira nas Organizações e tem formação em Dinâmica de Grupo pela Escola Ruy Flores. Participou do Programa Liderança na Empresa Familiar, em Lausanne, na Suíça.

Criou e desenvolveu na FDC a Rede PDA - Parceria para o Desenvolvimento de Acionistas. É assessora de empresas nas áreas de Governança Corporativa, Sucessão Familiar e Mediação de Conflitos.

É organizadora e coautora do livro "Governando a Empresa Familiar", da Editora Qualitymark, e da obra "Governança Corporativa - Um modelo brasileiro", da Editora Campus/Elsevier. E é autora de artigos e estudos de caso de empresas.

 

























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