Como você imagina Santos daqui a 20 anos? Para qual cenário devemos estar preparados? Para qual direção está indo a nossa cidade? Foram com essas questões que o ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, indagou empresários e lideranças de diferentes setores de atuação que participaram do webinar "Construindo o Futuro de Santos, hoje", na noite de segunda-feira (13).
O objetivo da palestra foi mostrar como funcionará o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Santos (Condesan). Criado em dezembro do ano passado na Associação Comercial de Santos (ACS), o Conselho visa planejar os próximos anos do município para ajudar nos investimentos de infraestrutura, desenvolvimento econômico e geração de emprego junto ao Poder Público.
Na abertura da apresentação, o presidente da ACS, Mauro Sammarco, lembrou que o conselho é formado por representantes da sociedade civil, visando o desenvolvimento contínuo, organizado e sustentável da cidade. "A nossa casa está de portas abertas para quem quiser fazer parte do Conselho. Nos próximos dias, iremos divulgar um cronograma e contamos com a participação de todos".
Palestra
Em pouco mais de uma hora, o ex-prefeito de Maringá lembrou que por problemas políticos e até mesmo pessoais, muitas cidades perdem a continuidade de grandes obras e projetos.
"Por isso, é fundamental que a sociedade civil assuma esse papel e faça um planejamento de 20 anos para frente. Em Maringá, implantamos o Condem em 1996, e, hoje, colhemos
grandes frutos".
O segredo do sucesso da cidade do Paraná, segundo Barros, é que a sociedade civil se organizou num mecanismo de governança colaborativa. “Uma governança onde as experiências, a expertise, o DNA de planejamento estratégico da sociedade organizada foi emprestada para a prefeitura. E é isso que queremos implantar aqui”.
Pandemia
Barros lembrou que a pandemia do Coronavírus antecipou a decisão de muitas empresas de implantarem o home office. "Em uma reportagem publicada há 5 anos, havia a previsão que em 2020, 90% das empresas trabalhariam com esse sistema. Claro que não contavam com o vírus. Mas, não foi isso o que aconteceu? E, o que se deve tirar de proveito disso? Houve uma economia, isso é fato".
Para o ex-prefeito a questão é simples. “Quem não se reinventar, ficará para trás. Esse momento, onde novas ondas tecnologias foram implantadas, serve de reflexão e evolução. Você vai surfar nesta onda gigante ou simplesmente engolir a água?".
Ainda pensando no futuro, o assessor do Condesan pediu a reflexão sobre a declaração de John Chamber, que é o ex-Ceo da maior empresa do mundo. Segundo Chamber, daqui a 10 anos, 40% das empresas não existirão mais. "Se isso tem um fundo de verdade, qual o impacto que isso tem na economia de Santos? Quanto da atividade portuária está sendo contratada ou demandada para empresas que não vão existir em 10 anos? E o mais interessante, como preparar um profissional para um área que sequer ainda existe?".
Na análise do ex-prefeito, a proximidade das eleições é propícia para definir programas sustentáveis e de desenvolvimento econômico. "Precisamos de eficiência do dinheiro público. A Organização das Nações Unidas elaborou a agenda 2030, que é fruto do trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo para criar um novo modelo global para acabar com a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos. É fundamental que estes objetivos estejam implementados nos programas dos candidatos a prefeito para os próximos anos".
Para finalizar, Barros lembrou que o Conselho tem como característica o apartidarismo, a visão de planejar o futuro e foco no desenvolvimento econômico. "O engajamento social é fundamental para que os projetos andem".
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