August 04, 2016

Café perde um de seus grandes nomes, o santista, produtor e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Luiz Hafers

Fonte: Assessoria de imprensa ACS

A história do café no Brasil perdeu nesta quinta-feira (4) um de seus grandes nomes: o santista, Luiz Marcos Suplicy Hafers, aos 80 anos. Ele será velado amanhã, a partir das 7 horas, na cidade de São Paulo, onde morava atualmente.

Produtor de café e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira de 1996 a 2002, Hafers nasceu em Santos e era de uma família tradicional por fazer negócios envolvendo café desde 1840, período considerado a "era de ouro" da cultura - que respondia pela maior parte da riqueza produzida com as exportações brasileiras. Sua primeira fazenda foi comprada em 1962, quando tinha 26 anos, no município de Ribeirão Claro, norte pioneiro do Paraná.

O produtor se tornou um dos principais formadores de opinião do setor agrícola, produzia café e criava gado no oeste baiano, onde atuava desde 1989. Foi pioneiro no sistema de plantio de café adensado e participou de grandes reflorestamentos nos anos 70, além de ter sido um dos fundadores da fábrica da Pisa Papel de Imprensa S/A.

Museu do Café

Na cidade de Santos, lutou para a instalação do Museu do Café, desde o início dos trabalhos para a restauração do prédio, em 1994. Quem lembra bem da participação de Hafers neste processo é Eduardo Carvalhaes, atual conselheiro do Museu do Café e presidente da Câmara Setorial de Café do Estado de São Paulo.

“Em 1994 foi criada a Associação Centro Vivo que lutava pela restauração do Centro Histórico de Santos. Na época, começamos a pleitear com o Governo do Estado a recuperação do prédio da Bolsa. Após muitas tratativas, o governador da época, Mario Covas, se comprometeu a restaurar o prédio, desde que nós fizéssemos um museu lá. Eu montei, então, a Associação de Amigos do Museu do Café, responsável por criar um estatuto e suas regras de funcionamento. Para isso, chamamos os representantes das principais instituições relacionadas ao café, entre elas, a Sociedade Rural Brasileira. E, quem sempre vinha às reuniões como representante, era Hafers, que tornou-se um dos principais membros”.

Os encontros do grupo ocorriam sempre na Associação Comercial de Santos e, após a fundação do Museu, em 1998, a Associação de Amigos foi transformada em uma Organização Social. Hafers passou, então, a presidente do conselho de administração do Museu, onde atuou por oito anos.

“É uma pena (seu falecimento). Ele sempre foi uma liderança ativa do agronegócio brasileiro, um lutador, defendeu muito o café do Brasil, como produtor, como um negócio. Esteve sempre presente em nossas reuniões e, além de tudo, era um grande amigo. Parou de frequentar o Museu somente quando a saúde dele não mais não permitiu”.

Marília Bonas, diretora-executiva do Museu do Café, ratifica a fala de Carvalhaes e ressalta a importância da atuação de Luiz Hafers durante instalação do equipamento, que tornou-se um dos mais importantes na área de Cultura do Estado de São Paulo.

“Ele foi um dos maiores entusiastas do Museu do Café. Usou de todo seu prestígio e de toda sua importância na área para concretizar a instalação e sucesso do Museu. Sempre foi uma pessoa exigente, o que garantiu o alto nível das nossas ações”.

Ela lembra, inclusive, a última visita dele, durante uma exposição, há cerca de dois anos. “Veio mesmo debilitado e se sentiu muito realizado com o que tinha ajudado a construir. Toda nossa equipe está desolada, a morte dele foi uma notícia muito triste para todos nós. Certamente fará muita falta pessoal e profissionalmente para todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”.

O presidente da Associação Comercial de Santos, Roberto Clemente Santini, que era sobrinho de Hafers, lamentou o falecimento de um homem tão importante para a história do Café no Brasil e, também, de um parente querido.

“É uma grande perda, sob todos os aspectos. Ele é, sem dúvida, uma grande parte da história do café do Brasil. Aliás, suas ações não se limitaram ao café como produto, em toda sua extensão. Ele sempre se preocupou em resgatar, manter e construir permanentemente a história do café brasileiro”.

Roberto Clemente Santini lembrou que a ACS, em 2014, prestou uma grande homenagem a Luiz Hafers no Seminário internacional do Café de Santos, evento tradicional do setor. “Foi um justo reconhecimento, além de um momento de grande emoção. E eu tive a honra de que isso acontecesse na condição de presidente da ACS”.

O velório acontecerá nesta sexta-feira (5), a partir das 7 horas, na Casa Funeral Home, à Rua São Carlos do Pinhal, 376, São Paulo. Já a cremação está marcada para as 14 horas, no Crematório de Vila Alpina, à Av. Francisco Falconi, 437 – Jd. Avelino – Vila Alpina, São Paulo.

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