September 23, 2019

Associação Comercial de Santos debate projeto da ponte que liga margens do Porto de Santos

Associação Comercial de Santos debate projeto da ponte que liga margens do Porto de Santos

Fonte: Departamento de Comunicação da ACS

A proposta de construção de uma ponte ligando as duas margens do Porto de Santos foi tema de debate nesta segunda-feira (23), em evento promovido pela Associação Comercial de Santos (ACS) em parceria com o Grupo Tribuna. Entre os presentes estavam autoridades, como prefeitos, secretários e representantes da Codesp, Ecovias, Praticagem, Marinha e ACS.

Em seu discurso de abertura, o diretor-presidente da Associação Comercial de Santos (ACS) e da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, falou da importância do projeto, que terá interação direta com a movimentação de cargas no Porto de Santos.

“Nós marcamos essa reunião porque o Governo do Estado propõe a construção de uma ponte, que todos nós já sabemos, liga Santos a Santos. Nós convidamos, os personagens responsáveis pela proposta para explicar como vai funcionar. Aqui, temos pessoas da área de navegação, de ensino, do ramo imobiliário e do comércio que querem estar a par deste projeto”.

O presidente lembrou que a ACS tem cerca de 300 associados e defende e apoia todas as empresas do Porto de Santos e das demais áreas. “É muito importante que esse empreendimento, proposto pelo Governo do Estado, não prejudique qualquer tipo de movimentação, qualquer tipo de crescimento de qualquer área de Santos”.

Em seguida, o secretário de Desenvolvimento Portuário de Guarujá, Alexandre Trombelli, representando o prefeito Valter Suman, explicou que a prefeitura não é e não será contra qualquer projeto de ligação seca, mas com ressalvas. “A sua viabilidade é um ponto diferencial, ele é exequível. Porém, a gente sentiu, em uma audiência pública que discutiu o impactos ambientais dessa obra, que a proposta do túnel também precisa ser estudada”.


O presidente da Câmara de Santos, Rui de Rossis, disse em seu discurso que  é difícil conciliar a razão e a emoção.  E pediu que na decisão que seja tomada prevaleçam: a razão,  o equilíbrio e o espírito público. "Essa é uma ponte que sonhamos há mais de 50 anos. Está em jogo também o futuro da nossa cidade  que um dia já foi o segundo PIB do Estado, perdendo apenas pra São Paulo, capital. Hoje, somos o 17º e sem muita perspectiva, infelizmente”.

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, relembrou que este assunto já foi discutido a exaustão. “São quase 100 anos de ligação seca entre Santos e Guarujá e, logicamente, que ao debater esse tema a gente encontra muitos argumentos repetidos. Mas acredito, que esse projeto não se viabilizou antes em função das inviabilidades econômicas”.

Paulo Alexandre também falou que o Governo do Estado deve autorizar a construção de moradias para que as famílias, que hoje moram às margens do Porto, possam ser realocadas. “Já existem alguns terrenos em pauta. Acabamos de comprar um grande terreno no Estradão, com 15 metros quadrados, atrás do Sambódromo. E, estamos firmando parcerias para liberar a área para a expansão do Porto e liberação ambiental”.


Apresentações Ecovias e Instituto de Pesquisas Tecnológicas

O presidente da Ecovias, Rui Klein, fez uma breve apresentação sobre o projeto. Um dos destaques foi o número de usuários detectados em estudo realizado pela concessionária: 50% do volume de veículos que trafega pelo canal do Estuário devem migrar para a ponte.

O presidente também destacou os 85 metros de altura e os 305 metros de largura entre os pilares. “Essa ponte não oferece restrição. Pelo contrário, ela até deixa folga e capacidade estocada para o futuro, tanto em altura como em largura, nas operações dos navios”.

Para Klein, a ponte será uma importante interligação da Baixada Santista, principalmente, nos aspectos logístico e de contribuição para o volume de balsa. “A ponte vai interligar as margens do Porto, a Anchieta e a Cônego Domênico Rangoni”.

O engenheiro da USP, Rodrigo D. Barrera, mostrou a simulação de manobras de navios, considerando a ponte de interligação entre a Rodovia Anchieta (SP 150) e a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP 055). Ele classificou as manobras como estado de “atenção” ou “crítico”. “Essa constatação não é causada pela presença da ponte, dado que estudos anteriores já apontavam para o uso intensivo dos recursos de manobra. Mas, sugiro a simulação de navios de maior porte, cuja viabilidade técnica ainda não foi estudada para o Porto de Santos”.




Marinha e Praticagem

“Faltam estudos para emitir um parecer técnico da Marinha”. Foi assim que o capitão dos Portos do Estado de São Paulo, Daniel Américo Rosa Menezes, destacou sua posição sobre a ponte. “A Marinha tem a visão de que a decisão sobre a ponte é política, econômica e que não cabe nós nos posicionarmos. Cabe a Marinha apenas os aspectos técnicos”.

Já o presidente da Praticagem de Santos, Carlos Alberto de Souza Filho, ressaltou que o projeto da ponte nos moldes atuais permite a navegação no canal com algumas adaptações nas manobras em prol da segurança. Segundo Souza Filho, a inexistência de pilares na água eliminaria os riscos agregados pela ponte. “O papel da praticagem visa evitar os acidentes ou, quando não for possível evitá-los, ao menos minimizar as suas consequências”.

Codesp

O presidente da Codesp, Casemiro Tércio Carvalho, disse que sua postura é proteger o maior ativo, que é o canal. Ele destacou que não adiantarão os investimentos, como na malha ferroviária, se o Porto for ineficiente.

“O ponto mais importante é que os elementos que estão sendo estudados para balizar a ponte não estão considerando a ampliação do canal, a ampliação dos terminais, novas bacias e o aumento da frota tanto em tamanho como quantidade, e isso vai criar mais fila e mais tempo de operação”.

Secretário de Estado de Logística e Transportes

Para o secretário estadual de Transporte e Logística, João Octaviano Machado Neto, a ponte é melhor projeto para o momento. “A ponte é um compromisso do governador João Dória baseado em premissas técnicas apresentadas hoje, nesse evento muito importante, aqui na Associação Comercial. Estes estudos demonstram total viabilidade do projeto. É claro que tem alguns pequenos ajustes para cumprir todos os quesitos de segurança e que não gere nenhuma circunstância de proibição ou diminuição de crescimento do Porto. O objetivo é incentivar esse crescimento. Essa ponte faz parte desse desenvolvimento e de fortalecimento da economia da Baixada Santista”.

Por fim, alguns coordenadores das Câmaras Setoriais da Associação Comercial de Santos falaram da importância do evento e de propostas para a melhoria da Baixada Santista.



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