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A Tribuna, 13/9/2012, quinta-feira, página A-3, Local
Da Redação
A Operação Verão da Coordenadoria da Defesa Civil poderá ser antecipada em razão de a meteorologia prever a antecipação das chuvas na próxima temporada. A possibilidade, sob análise, é cogitada pela coordenadora do órgão na Baixada Santista, Regina Elsa Araújo.
Essa consideração é baseada nas expectativas da Somar Meteorologia, que indica características atípicas para a estação. Inicialmente, porém, o Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) tem o início mantido para o dia 1º de dezembro.
A probabilidade foi avaliada nesta quarta-feira no Seminário Regional de Defesa Civil, realizado na Associação Comercial de Santos. O evento reuniu representantes dos órgãos responsáveis pelo plano de contingência em emergências dos nove municípios da região.
Além de técnicos das Defesas Civis municipais, estiveram presentes membros do Corpo de Bombeiros e o secretário municipal de Segurança, Cláudio Trovão.
De acordo com Regina Elsa, a Somar prevê que a precipitação de chuvas ocorra antes do período normal para a estação, em razão da influência da La Niña. Este fenômeno oceânicoatmosférico, com características opostas ao El Niño (aquecimento fora do normal), provoca um esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical.
“Não há nada certo, mas continuaremos nos reunindo para acompanhar o desenvolvimento desta previsão e, com isso, definiremos os procedimentos a serem adotados”.
Ela também ressalta que o País deve ter um verão ainda mais seco que o inverno. O prognóstico, bom para as áreas de risco, é definido por ela como péssimo para a manutenção dos reservatórios de água que abastecem o Litoral. As reservas devem ficar em baixa na temporada, caso a previsão de estiagem seja confirmada.
A coordenadora frisa que a população deve evitar o desperdício e utilizar a água com consciência. “Até porque, o verão intenso deverá trazer maior número de turistas para a região”.
Ainda assim, Regina Elsa diz que o PPDC é fundamental para evitar tragédias maiores na ocorrência de incidentes. “Costumo dizer que em casos de tragédias não é o mais forte quem sobrevive, mas sim aqueles
que estão melhor preparados”, ressalta.
Prevenção
O Seminário Estadual de Defesa Civil prossegue hoje, com programação aberta ao público. O objetivo é oferecer apoio à região na identificação e monitoramento das áreas de risco, auxiliando na criação dos planos de contingência municipais e na comunicação e percepção de pontos vulneráveis à comunidade.
Pela manhã, será abordada a importância dos Núcleos de Defesa Civil nas comunidades e nas instituições. À tarde, a geóloga Cassandra Maroni Nunes, vereadora de Santos pelo PT, ministra palestra sobre a importância do mapeamento de riscos, assim como a conceituação e a classificação dessas situações.
O major Walter Nayakas Junior, diretor estadual da Defesa Civil, explica que o seminário é apenas uma etapa dos procedimentos programados para a preparação dos órgãos envolvidos no plano preventivo.
Treinamentos práticos serão promovidos a partir do próximo mês. “A intenção é proporcionar maior entrosamento entre os setores, capacitando os membros e relembrando alguns dos procedimentos do programa”, detalha.
Ele avalia que Santos, por ser pioneira, está bem estruturada e chega a ser apontada como modelo para todo Estado. Segundo ele, a principal preocupação na Cidade ainda é com as áreas de risco invadidas. O major considera que a mobilização da sociedade, principalmente nesses locais, é fundamental para evitar incidentes.
HOJE
O Seminário Estadual de Defesa Civil prossegue hoje, das 9 às 16h30, no auditório da Associação Comercial de Santos (ACS), à Rua XV de Novembro, 137, no Centro
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