November 26, 2012

O mérito é o passaporte do sucesso

Marcelo Mariaca - Presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School

Algumas pessoas acreditam que o mundo está sempre lhe devendo alguma coisa e, em contrapartida, procuram levar vantagem em todas as situações, como uma forma de compensação.

Isso funciona com algumas categorias de delinquentes, mas também é um comportamento recorrente de muitos indivíduos, em qualquer extrato social, em qualquer profissão. Em alguns casos, esses comportamentos são até incentivados por determinadas políticas públicas equivocadas.

São pessoas que, geralmente, sempre estão à espera de benesses e da benevolência de outrem. No mundo corporativo, são aqueles profissionais que não procuram progredir, não correm atrás de cursos de atualização, não se arriscam, não se propõem a aceitar novos desafios. Pelo contrário, estão sempre à espera de promoção por tempo de serviço ou reajuste de salário para corrigir a inflação do período.

No passado, era mais fácil. Grande parte das pessoas conseguia emprego numa empresa, nacional ou multinacional, independentemente do porte, a partir da indicação de um parente ou amigo influente ou de alguém que conhecia o "dono" do negócio.

Uma boa indicação ainda vale hoje, mas as regras mudaram, principalmente nas melhores organizações, que fazem concorridos processos de seleção para contratar trainees.

Na Ambev, que possui um dos mais disputados programas de trainees - em 2012 foram mais de 73 mil candidatos para 20 vagas -, o processo de seleção dura quase cinco meses.

Ou seja, o mérito é a principal porta de entrada para o mercado e o sustentáculo de qualquer carreira de sucesso. Não há, portanto, espaço para profissionais que acham que a sociedade lhe deve alguma coisa e tem o dever de resolver seus problemas, inclusive o de acesso ao mercado de trabalho.

Profissionais assim nunca serão líderes em uma organização. Pior: hoje, num ambiente cada vez mais competitivo, podem no máximo liderar a lista daqueles que serão descartados quando a empresa tiver de reduzir custos ou promover uma reestruturação para aumentar a competitividade e a lucratividade.

As melhores empresas querem recrutar e manter os melhores talentos, oferecendo-lhes oportunidades para se aprimorarem profissionalmente. Nunca as organizações disponibilizaram tantos cursos e treinamentos para os profissionais em que apostam e que poderão se tornar futuros líderes.

Mas isso não significa que o profissional não deva ser o principal responsável por sua carreira. Independentemente dos planos da empresa, ele deve correr atrás do seu próprio desenvolvimento, buscar novos conhecimentos, aprender outros idiomas, expandir seus horizontes.

Em vez de se acomodar e esperar eventuais benefícios que serão concedidos a todos os funcionários da empresa, o profissional deve procurar se destacar entre os demais, melhorar seu desempenho, entregar melhores resultados e propor novas ideias e soluções para os desafios que a organização enfrenta. Quem acredita ser credor do mundo não terá futuro numa empresa e muitos menos sucesso como empreendedor.

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Marcelo Mariaca é presidente do conselho de sócios da Mariaca e professor da Brazilian Business School

Fonte: Brasil Econômico - 26/11/2012

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