February 21, 2013

Fundação Procafé: cultivar café catucai amarelo vai bem no Sul de Minas

Em recente visita realizada em diversas propriedades cafeeiras, na região do Sul de Minas, verificou-se que a cultivar catucai amarelo vem apresentando bom desempenho produtivo, mostrando muitas vantagens e pequenas desvantagens, tendo, já, boa aceitação por parte de produtores da região.

A cultivar catucai amarelo foi desenvolvida por técnicos do ex-IBC, hoje no Mapa/Fundação Procafé, a partir de 1985, com seleções, em diversas gerações, sobre um híbrido natural entre o catuai e o icatu.

Após grande número de ensaios, a cultivar foi aprovada e registrada no Mapa, sendo inicialmente registradas as seleções 2SL e Multilínia F5. Em 2012 foram registradas mais 2 seleções, as cultivares 24/137 e 20-15-479, todas de catucai amarelo.

A cultivar catucai amarelo vem sendo bastante plantada na Bahia, na Zona da Mata de Minas e no Sul do Espirito Santo. Nas regiões do Alto Paranaiba e Sul de Minas ela vem se expandindo mais recentemente.

As vantagens demonstradas pela cultivar catucai amarelo são as seguintes:

a) Boa capacidade produtiva, semelhante e até superior ao padrão catuai, mesmo este recebendo controle da ferrugem. Dentre as seleções, a cultivar 24/137 tem sido a mais produtiva.

b) Menor diâmetro da copa das plantas, com isso podendo-se usar menores espaçamentos na rua (entrelinhas), assim melhorando ainda mais sua produtividade comparativa com os padrões. Por essa razão e por sua capacidade de frutificação em ramos mais sombreados, também se adapta a plantios adensados.

c) Maior tolerância à ferrugem, apresentando infecções menores e podendo a doença ser controlada com uma só aplicação de fungicida sistêmico.

d) Boa tolerância à Phoma/Ascochyta, especialmente das cultivares 20-15 cv 479 e 2 SL, o que favorece o seu cultivo em regiões de altitudes mais elevadas, mais frias e úmidas.

e) Maturação mais uniforme e média, o que facilita a colheita e a qualidade do café.

f) Se adapta bem a sistemas de manejo com podas, para safra zero, pois pode ser plantada com maior número de plantas por área e responde muito bem a podas, seja de esqueletamento/desponte ou mesmo de recepa.

g) Apresenta ótima recuperação após safras altas e rápida brotação após as podas.

As desvantagens observadas na cultivar dizem respeito à sua maior facilidade de tombamento das plantas, devido ao tronco mais fino e à sua maior brotação de ramos ladrões, o que favorece o fechamento, exige mais desbrotas e até o amarrio de plantas. Também, tem sido verificado maior ataque de cercóspora, provavelmente devido sua maturação mais igualada e precoce.

A solução para os problemas da cultivar tem sido adotadas assim:

Efetuar plantios com mudas menores e não acelerar demasiadamente o crescimento das plantas jovens, de forma a poder propiciar a formação de tronco mais grosso. Nos sulcos de plantio compactar bem para que o sistema radicular das plantas fique bem fixado. Deve-se efetuar desbrotas, conduzindo, em espaçamentos abertos, mecanizáveis, uma só haste por planta. Pode-se, ainda, aplicar um decote, após a 3ª/4ª safra, visando reduzir a altura e promover maior engrossamento do tronco.

Para a cercosporiose, pode-se incluir um fungicida protetivo (cúprico ou estrobilurina) nas pulverizações e trabalhar com melhores níveis de N na adubação, especialmente antecipando as parcelas, devido à maturação mais precoce e igualada, assim, também, concentrando a exigência nutricional. Em espaçamentos adensados e no sistema de safra zero estes problemas não aparecem.

As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CaféPoint.

Fonte: CaféPoint / 21/2/2013

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