January 30, 2013

Big Data: um gigante banco de dados

Cláudio Conz - Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)

Falamos tanto sobre futuro e não nos damos conta de que ele já chegou. Com tantas novidades na Convenção da NRF - National Retail Federation que aconteceu na semana passada, pude acompanhar alguns pontos muito interessantes sobre novas formas de consumir e de vender, que não posso deixar de comentar.

Já imaginou se pudesse saber exatamente o que seu cliente quer, na hora que ele quer, quais concorrentes procurou e como gosta de ser abordado? Isso faria diferença na hora de vender? Pois é, tudo isso está se tornando possível graças a uma nova tecnologia denominada "Big Data" que promete revolucionar o comércio.

Todos os dias, o mundo produz mais de 2,5 quintilhões de bytes em dados que se acumulam na internet. Curiosamente, 90% de todo o conteúdo que temos armazenado hoje foi produzido apenas nos dois últimos anos.

Como utilizar isso em nosso favor? Originário do termo de tecnologia da informação, o conceito de Big Data é focado num imenso armazenamento de dados, com enorme velocidade. Ele é baseado no conceito de 5V: Valor, Veracidade, Variedade, Volume e Velocidade.

O Big Data é tido por muitos como a solução de eventuais situações problemáticas da economia. Devido ao modelo econômico adotado pela globalização, o termo just in time, totalmente dependente da necessidade de uma expansão virtual, se tornou a palavra de ordem das negociações e forçou a ampliação de estrutura para armazenamento de dados.

Mas, na prática, para quem trabalha com o comércio, o que isso significa? Há uma tendência de que as grandes marcas cada vez mais façam marketing direto na internet com mais e mais agressividade.

Elas estão monitorando tudo que nós digitamos no computador, no tablet, no smartphone e, a partir desses dados, conseguem enviar ofertas exclusivas quando, por exemplo, detectam que você fez uma busca por um produto que ela comercializa.

Por outro lado, é assustador a maneira como cada vez mais perdemos nossa privacidade na web. Você pensa estar trafegando livremente, enquanto diversas empresas monitoram e armazenam dados sobre sua navegação. Por outro lado, trata-se de uma revolução na forma de venda que não pode ser desprezada.

Um dado interessante neste contexto é que o presidente americano, Barack Obama, utilizou esta tecnologia na sua campanha de reeleição e, mais uma vez, revolucionou para além das redes sociais.

Sua equipe montou um gigantesco banco de dados, com detalhes sobre cada eleitor e sobre a maneira como eles reagiam a diferentes abordagens. As informações orientaram voluntários, indicaram as melhores formas de arrecadar fundos e apontaram quem poderia ser convencido a apoiar a sua reeleição.

Para quem trabalha com varejo, é impossível ficar alheio às novidades. Este ainda é um tema bastante incipiente, mas que tende a tomar grandes dimensões num futuro próximo e fazer total diferença nas estratégias de marketing das empresas.

É importante que varejistas e empresários mantenham-se a par das novas tecnologias que surgem para melhorar o desempenho e sucesso com os clientes.

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Claúdio Conz é presidente da Anamaco - Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção

Fonte: Brasil Econômico - 30/1/2013

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