Os desafios para manter o açúcar um dos recordistas de exportação no Porto de Santos dominaram o 1º Sugar Day, que lotou o auditório da Associação Comercial de Santos (ACS) nesta quinta-feira (dia 25) com autoridades, especialistas, exportadores e representantes da cadeia de negócios desta commodity. O evento também foi transmitido ao vivo pelo canal da ACS no You Tube, o AC Santos. O conteúdo ficará disponível para acesso.
Na abertura do evento, Ângela Quintanilha, da Associação de Exportadores de Açúcar e Álcool (AEXA), parceira do evento juntamente com a ACS, destacou que o setor precisa ter a adequada infraestrutura para dar conta do escoamento ao volume do agronegócio, que quebra constantes recordes de produção. “O açúcar logo após a soja é o produto que mais se exporta pelo Porto de Santos. Por isso, trouxemos para a discussão todos os desafios, como infraestrutura rodoviária, ferroviária e marítima, para encontrarmos e formar juntos uma construção para o futuro do açúcar e dos outros produtos”.
Para o gerente-executivo da ACS, Eduardo Lopes, essa foi a proposta da ACS e da AEXA com o Sugar Day. “É fundamental aproximar os setores envolvidos com o produto para discutir os problemas. Falamos de qualidade, regramentos e da política dos órgãos intervenientes, entre outros temas”.
Bruno Orlandi, secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, destacou a importância de se discutir o Porto e a logística, em especial o açúcar, para garantir o desenvolvimento econômico para a Cidade. “Eventos como esse fomentam soluções para o setor”.
Já Thaís Margarido, secretária de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, abordou a importância da parceria com a Autoridade Portuária e a iniciativa privada para resolver os problemas logísticos. “As soluções precisam ser técnicas e em conjunto. A Municipalidade precisa estar ao lado da iniciativa privada e da Autoridade Portuária buscando soluções para a produtividade, trabalhando vias de acesso para separar o trânsito municipal do tráfego pesado”.
União – No painel Importância das associações unirem forças, Eduardo Heron, do Cecafé, apontou que os setores conhecem bem os problemas, mas falta a pauta logística para enfrentar os desafios. “A infraestrutura do País não acompanha o crescimento do agronegócio e pagamos alto por isso correndo atrás do prejuízo”.
Brenno Queiroz, da Associação Nacional Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, afirmou que as soluções estão atrasadas e precisam ser colocadas em prática, enquanto André Seixas, da Logística Brasil, falou da união das associações, inclusive com as divergências, para fazer gestões junto à classe política para aprovar as pautas importantes do setor.
Em parceria com a Associação de Exportadores de Açúcar e Álcool (AEXA), o Sugar Day teve como objetivo promover debates estratégicos sobre infraestrutura, tributação, qualidade, inovação tecnológica e desafios da exportação de açúcar pelo Porto de Santos, o maior do Brasil e líder mundial na movimentação do produto.
Pelo complexo santista foram exportados no ano passado 27 milhões de toneladas de açúcar. Em 2024, o Brasil alcançou um marco inédito na exportação de açúcar, consolidando sua posição de liderança global.
Painéis - A programação apresentou na parte da manhã os painéis Porto de Santos – Infraestrutura e Investimento, com o diretor de Operações da Autoridade Portuária de Santos, Beto Mendes; Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro), com Fernando Penariol, auditor fiscal federal agropecuário; A Importância das associações unirem forças com Angela Quintanilha (Associação de Exportadores de Açúcar e Álcool), Eduardo Heron (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Brenno Queiroz (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão) e André Seixas (Logística Brasil).
Também com Dinair Alves, consultora de Comércio Exterior, sobre Trâmites de Exportação: agentes da cadeia operacional, armazenagem, inspeção e demurrage/detention. Digitalização na execução, evolução da tecnologia X desafios, documentos eletrônicos e IA aplicados às rotinas com Fernando Ramos, da Covantis.
Dificuldades - Nos painéis da tarde, Pedro Matos, da Associação das Supervisoras e Controladoras do Brasil, abordou as dificuldades que comprometem a atuação das empresas de supervisão nos portos brasileiros, como acesso a áreas de amostragem e informações essenciais. “Por isso, levamos ao Ministério da Agricultura um pleito para que, por meio do Rispov, possamos ter um regramento claro que assegure qualidade e condições adequadas de trabalho nos terminais”.
Para João Felipe Folquening, gerente-executivo de operações da CLI, o açúcar não é apenas um produto histórico para o Porto de Santos, mas segue como um alimento essencial que o Brasil leva ao mundo. “Participar desse diálogo técnico nos ajuda a aprimorar processos, compartilhar experiências e buscar soluções conjuntas para garantir qualidade e sustentabilidade nas operações”.
A palestra “Perspectivas da OEA pós-reforma tributária” trouxe detalhes do Programa Operador Econômico Autorizado (OEA), da Receita Federal, que reconhece empresas que atuam com segurança e conformidade no comércio exterior, oferecendo benefícios como maior agilidade no desembaraço aduaneiro, prioridade em fiscalizações e fortalecimento da credibilidade no mercado internacional.
“O Programa OEA é valioso, mas não pode ser aplicado da mesma forma ao setor agro, que possui características muito diferentes do transporte em contêineres e de produtos de alto valor agregado, que está presente no setor da indústria de transformação. Estamos trabalhando com a Receita para adaptar critérios de segurança e conformidade, de forma que toda a cadeia do agro, seja granel, líquido ou sólido, possa se beneficiar do programa,” destacaram Diógenes Andrade e Omar Rached, da Becomex.
O 1º Sugar Day é uma realização da Associação Comercial de Santos em parceria com a Associação de Exportadores de Açúcar e Álcool (AEXA) com patrocínio de JRD Comex e CLI.