14 de abril de 2013

Produção em alta - Boqnews - 14/4/2013

Publicado em:
Boqnews / 14/4/2013

NARA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

Se décadas atrás, o cheiro do café predominava no Centro da Cidade, marcando sua presença seja cultural ou economicamente, hoje, o cenário é outro. Mas engana-se quem acredita que o produto perdeu sua importância. Atualmente, o grão continua presente, só que inserido em uma nova realidade da Cidade. "Muitos pensam que o café perdeu espaço, mas estão enganados. Já não existem mais os grandes armazéns, mas as principais exportadoras do produto possuem um escritório na Cidade", explica Eduardo Carvalhaes, presidente do Conselho de Câmaras Setoriais da Associação Comercial de Santos, conselheiro da Bolsa do Café e sócio de um escritório de corretagem de café em Santos.

Alguns números comprovam  que o grão não só deixou um legado na história da Cidade, inclusive  em sua arquitetura, como continua sendo até hoje parte importante do desenvolvimento. É pelo porto santista que ainda hoje sai a maior quantidade do produto. "Com a construção da ferrovia, a exportação de café ficou ainda maior, transformando Santos realmente na rota do produto e na porta de saída dele. Passamos o Rio de Janeiro e desde esta época até hoje, Santos é o maior porto exportador de café do Brasil e do mundo", explica Carvalhaes.

Interessante também que muitas cafeterias no mundo, principalmente na França e no Leste Europeu, classificam o café de origem santista como Café Tipo Santos. "Mesmo nunca tendo produzido um grão na Cidade, mas por passar e ser enviado por aqui. Uma das explicações é que somos os maiores exportadores de café arábica (de melhor qualidade). Somos uma marca lá fora por embarcarmos um produto diferenciado. Há muito tempo, o café também era reprocessado  aqui. Com o desenvolvimento, estes armazéns foram para o interior, próximos às fazendas”, revela Carvalhaes.

Outra importância que a Cidade ganhou nos últimos anos deve-se pelos cursos de classificação de café e também de baristas promovidos pela Associação Comercial e também pela Bolsa do Café. "Todos os cursos da Associação Comercial - que iniciaram por conta da força do café e hoje representam diversos setores - atrai pessoas de diferentes países. E o consumo do grão, assim como o número de cafeterias, só aumenta", diz.

Programação especial

Neste domingo (14) comemora-se o Dia Internacional do Café. Para celebrar a data, o Museu do Café, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, realiza uma programação a partir das 16 horas em sua cafeteria. Um lounge com luzes e música será palco para alguns dos principais baristas do stado produzirem suas bebidas à base de café e também apresentarem o melhor do latte art (técnica utilizada na criação de figuras feitas na superfície de bebidas elaboradas à base de café).

Entre os baristas presentes estarão Gilson Rodrigues, criador do Refreshing Coffee, um refrigerante de café. Outra apresentação será do barista santista Rogério Rabbit, que irá preparar uma batida de café, redescoberta por ele mesmo após pesquisas em livros antigos de culinária brasileira.

A programação contará também com a apresentação de Eder Ferreira Delfino, bicampeão brasileiro de latte art. Além das apresentações , o público poderá degustar os drinks e cafés preparados pelos baristas. A entrada é gratuita.

Opções diversificadas nas cafeterias da Cidade

A grande mudança de visual em relação às cafeterias, tanto no conceito do espaço como na qualidade, começou após a inauguração da cafeteria da Bolsa do Café, em 2000. O conceito era trazer os melhores grãos produzidos no País para consumo dos santistas e turistas. "Criamos o Museu do Café e por consequência a Cafeteria. Afinal, ao visitar o museu todos saem com vontade de tomar um café. A ideia era ser uma cafeteria modelo. O torrador indour, por exemplo, na época em que criamos, não tinha outra cafeteria nem aqui nem na Capital que fizesse isso. Foi uma grande ousadia. Agora já é mais comum", explica Eduardo Carvalhaes, que na época ajudou na fundação dos espaços, pois era o presidente do Museu do Café.

E como em todo mundo, com o crescimento do número de cafeterias, em Santos não é diferente. Começou com a Bolsa do Café e a ideia de ser uma cafeteria modelo não só deu certo, como estimulou muitos locais a se adequarem a esta nova proposta. Dos mais tradicionais ao mais recentes, o que não pode faltar nas cafeterias são profissionais qualificados, além de grãos muito bem selecionados.

Para a proprietária do Consulado do Café, há 20 anos na Avenida Pedro Lessa, Solange Martins Russo, a mudança foi sentida e a busca para qualificação se fez necessária. "Fiz um curso de barista na Bolsa do Café, porque além de trabalharmos já com grãos gourmet, é essencial saber exatamente todo o processo na hora de fazer um café. Cada etapa pode modificar por completo o sabor da bebida. Por conta do curso, acrescentei a água com gás e aprendi a fazer o verdadeiro café carioca. Nosso principal produto é o café. É por ele que nossos clientes frequentam a cafeteria", explica. Maria Alice Mendes Silva, há 13 anos como proprietária do Planeta Café, também sentiu a necessidade de oferecer novas opções com a bebida, além do tradicional cafezinho. A inspiração veio principalmente de suas viagens e a cada lugar prestava atenção nos sabores que inventavam, trazendo as melhores receitas para seus clientes.

De acordo com a gerente da Miroane Doceria, Silvia Pires, o espaço - especializado em bolos, doces e salgados - depois da reforma implantou a cafeteria, onde o cliente passou a ter hábito de frequentar. "Desta maneira oferecemos diferentes opções com a bebida, do tradicional aos mais elaborados", diz.

Confira a reprodução da 1ª página da reportagem

Confira a reprodução da 2ª página da reportagem

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