28 de maio de 2015

Portugal quer reduzir impostos para atrair capital estrangeiro - A Tribuna - 28/5/2015

Publicada em: A Tribuna - http://www.atribuna.com.br/ - 28/5/2015, página C-1, Economia

Integram a delegação, representando a Associação Comercial de Santos (ACS), o presidente, Roberto Clemente Santini; o 1.º diretor financeiro, André Canoilas; Vítor de Souza, presidente do Conselho Fiscal; Fabrício Guimarães Julião, do Conselho Fiscal; Lupércio Simão Conde, coordenador da Câmara Setorial de Incorporação e Construção Civil; e Marcio Calves, diretor executivo. 

# Alíquota do Imposto sobre Rendimento das Pessoas Coletivas deve ficar abaixo da média da União Europeia

MARCELO SANTOS

ENVIADO A LISBOA

O governo português pretende derrubar quase pela metade o Imposto sobre Rendimento das Pessoas Coletivas, o equivalente do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, até 2018. A desoneração é parte da estratégia de Portugal de juntar todas as forças possíveis para atrair capital externo.

Segundo o diretor da Agência para o Investimento em Comércio Externo de Portugal (Aicep), Pedro Pessoa e Costa, a alíquota do tributo que chega a 31,5% sobre a renda das empresas, mais alta que a média de 22,9% da União Europeia e de 25,1% da Zona do Euro (países que utilizam o euro), recuará para a faixa de 17% a 18%.

Somente a Irlanda e países com economias pequenas, como Chipre, Lituânia e Romênia, terão alíquotas menores que Portugal.

O país também adotou outros incentivos para o setor privado, como isenção de 50% sobre o rendimento proveniente de patentes ou de propriedades intelectuais. Portugal, conforme reportagens publicadas em A Tribuna nesta semana, oferece ainda benefícios e até cidadania portuguesa a quem investe 500 mil euros em imóveis ou aplica 1 milhão de euros em bancos portugueses.

Esta última estratégia, aliás, irritou a União Europeia, que a considera uma venda de passaporte europeu a imigrantes e não um programa de desenvolvimento econômico.

Costa recebeu ontem a comitiva com empresários e autoridades do Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região (Ficon), uma iniciativa do Sistema A Tribuna de Comunicação, com realização da Una Marketing de Eventos e coordenação da agência de turismo Vasco da Gama.

A isenção de tributos só está sendo possível agora após o governo português ter feito ajustes impostos pela troica, formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI). O trio emprestou bilhões de euros ao país em troca de privatizações, cortes de salários públicos e aposentadorias, saneamento e até fechamento de bancos e modernização da gestão pública.

Diferentemente, dos gregos, os portugueses seguiram à risca a cartilha dos bancos centrais e do FMI e agora o país é chamado de a grande surpresa da União Europeia pelo jornal britânico Financial Times. “A recessão parece ter ficado para trás”, afirma Costa durante visita do Ficon à Aicep. Depois da recessão que começou em 2011 e durou três anos, em 2014 o país cresceu 0,9% e prevê altade 1,6% em 2015.

 


 

# Eficiência

>>Perda de água

A empresa de distribuição de águas Epal, que abastece a região de Lisboa, fez investimentos pesados para reduzir o índice de perdas. O indicador caiu de 23,5% em 2005 para 8,1% no ano passado.

O diretor de Relações com o Cliente, Luís Branco, diz que a companhia instituiu o Aquamatrix, que tem um sistema de informações que aumenta a eficiência de gestão desde o recursos humanos até o de recursos físicos. Branco participou do seminário da Câmara de Comércio de Lisboa para a comitiva do Ficon.

>>Smartphone

A Epal adotou inovações em busca da eficiência, como o Waterbeep, um aplicativo para smartphone que permite ao cliente controlar o consumo e as faturas e avisar a empresa de eventuais anomalias na distribuição.

>>Saneamento

A Simtejo, empresa de saneamento da região de Lisboa, investiu 360 milhões de euros em 11 anos, incluindo a despoluição do estuário do Rio Tejo e do efluente Trancão. Segundo o executivo da empresa, José Henrique Zenha, um sinal de eficiência da empresa foi a volta dos golfinhos ao Tejo em fevereiro de 2012.

 


 

# Privatizações para manter crescimento

“O país ajustou as contas públicas, desburocratizou o setor público e simplificou os impostos”, aponta o diretor da Agência para o Investimento em Comércio Externo de Portugal, Pedro Pessoa e Costa, sobre a recuperação de Portugal.

O país gastou muito dinheiro público após ingressar na União Europeia, mas pelo menos boa parte desses recursos foi investida em infraestrutura, o que deu eficiência à economia, uma lição não cumprida pelo Brasil.

Agora, ávido por capitais externos, o país faz de tudo para atrair negócios. A intenção é seduzir empresas que pretendem ingressar na Europa. Uma delas é a brasileira Embraer, que se instalou em Portugal e trouxe uma cadeia de fornecedores de componentes aeronáuticos.

No campo da privatização, o governo vendeu oito grandes estatais, entre elas a EDP e a HPP Saúde, esta última comprada pela então brasileira Amil (hoje controlada por americanos). Para 2015, a aérea TAP, empresas ferroviárias, portos e concessões de transportes públicos serão vendidos à iniciativa privada.

O FICON ENCERROU ONTEM A VIAGEM TÉCNICA A LISBOA. A INTENÇÃO FOI CONHECER AS EXPERIÊNCIAS PORTUGUESAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO E GESTÃO PÚBLICA.

 


 

# Saiba mais

>>Patrocínio

O Ficon 2015 tem o patrocínio da Engeterpa, Ecorodovias, Grupo Macuco, Grupo Mendes, L. Lopes, Silamar, Vértice e WDS.

>>Apoio

Apoiam o Ficon 2015 a Associação Comercial de Santos, Associação de Empresários da Baixada Santista (Assecob), Caixa Econômica Federal, Governo Federal,

Seconci-SP, Sinduscon-SP e prefeituras de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Praia Grande e Santos.

 


 

Confira a capa de A Tribuna com chamada da reportagem

Confira a reprodução da reportagem na página C-1

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