22 de março de 2014

Padilha: “região tem que ocupar seu lugar” - A Tribuna - 22/3/2014

Publicada em:

A Tribuna - 22/3/2014, sábado, página A-6, Cidades

# Pré-candidato ao Governo do Estado pelo PT esteve em Santos

O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha fez ontem a primeira visita a Santos como pré-candidato ao Governo do Estado pelo PT. Para ele, a Baixada Santista precisa assumir definitivamente a identidade de Região Metropolitana, recebendo investimentos integrados. Caso contrário, acredita no surgimento de problemas crônicos como os das cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

“Não dá para pensar em projetos isolados. A Baixada Santista vai crescer muito e tem de se preparar agora”, disse, durante encontro com o diretor-presidente de A Tribuna, Marcos Clemente Santini, e o diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini.

Também participou o diretor-superintendente, Paulo Naef.

Na reunião, ainda estavam lideranças regionais do PT, como a deputada estadual Telma de Souza e os vereadores Adilson Júnior e Evaldo Stanislau.

Durante a conversa, Padilha defendeu que a região seja vista com a importância que possui para o Estado e País. “Hoje, quando se faz um projeto para a Capital trata-se a região apenas como passagem e esquece-se que (a Baixada) é cada vez mais importante para os setores de indústria, porto, pré-sal e turismo”.

ROTEIRO

Seguindo a tradição dos políticos que visitam a Cidade, Padilha passou no Café Carioca, onde saboreou pastel e cafezinho. Na sequência, ouviu as reivindicações de empresários de diversos setores na Associação Comercial de Santos (ACS).

Na pauta conduzida pelo presidente recém-eleito da ACS, Roberto Clemente Santini, um dos principais temas era a expansão de serviços que atendam à rede de exploração do petróleo e gás. “O governo do Rio de Janeiro assume com liderança esse assunto do petróleo, que nosso atual governo estadual deveria assumir também”, criticou o petista.

O roteiro do pré-candidato terminou na Câmara de Santos, participando de solenidade para receber a Medalha de Honra ao Mérito Brás Cubas, proposta pelo  vereador Adilson Júnior.

Durante o discurso, Padilha condenou os protestos com violência registrados no País. “Se alguém precisa usar máscara para defender uma opinião, está querendo ofender um direito de expressar opinião política”.

AGENDA

Hoje, o ex-ministro da Saúde tem compromissos em Guarujá e São Vicente.

"O TURISMO NÃO É SÓ NA OPERAÇÃO VERÃO"

ENTREVISTA

# Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao Governo do Estado

- Quais são as suas propostas de segurança para a Baixada Santista?

Precisa reestruturar a distribuição da polícia. Não é correto o Litoral de São Paulo ter o efetivo das polícias Civil e Militar de acordo com a população fixa desses municípios ou por alguns indicadores de violência. Tem de se levar em consideração a população sazonal que a região recebe, seja durante o período de férias  mas também pelo próprio movimento de circulação de mercadorias no Porto de Santos. Não pode ser só na Operação Verão. O turismo não é só na Operação Verão, temos aumento de movimento toda a semana pelo turismo de negócios, pelo porto, pelo petróleo e gás.

- Quais são suas propostas para o acesso à Baixada Santista?

Ao longo de todo o tempo, o atual governador apostou em rodovias. Não se apostou em linhas férreas, em sistema de dutos e hidrovias. De dois milhões de contêineres que chegam ao Porto de Santos, 80 mil vêm por linha férrea. Isso poderia chegar a um milhão. Tem de reforçar as linhas férreas que já existem e apostar em trens mais leves. Fundamental também pensar outros acessos rodoviários. Durante muitos anos, houve um projeto que ligava Palhereiros a Itanhaém. Hoje, nós defendemos uma estrada do nosso Litoral Sul ao trecho sul do Rodoanel. É um trecho curto, de 15 quilômetros, podendo o acesso ser mais rápido.

- Quais são os projetos para a saúde?

Sempre disse que o Mais Médicos era um passo extremamente corajoso, mas que iria provocar outras mudanças na área de saúde. Aqui, na Baixada Santista, só ouvi elogios sobre os médicos. Mas a região precisa de mais, além disso. Mais equipamentos, estruturas, hospitais e serviços que reduzam as filas de cirurgia e exames. Para isso, vamos aproveitar ao máximo todos os programas que o Ministério da Saúde oferece e fazer parcerias, até público-privadas, para construção de hospitais e gestão de centros de imagens. Você tem uma carreira de gestão e vai enfrentar a urna pela primeira vez para o governo.

- Como pretende quebrar a hegemonia tucana?

O PT está muito maduro depois do avanço que fez em várias prefeituras e alianças amplas que tem nesses municípios. Fiz questão de conversar com prefeitos do PSDB e do DEM, de oposição, porque nossa estratégia é mobilizar força para além do PT e construir um programa de governo consistente para o Estado de São Paulo.

- Você acredita que a condenação dos réus do mensalão e o desgaste de três mandatos na presidência da República podem prejudicar o PT?

Estou convencido de que não haverá impacto na eleição. Todos aqueles que são oposição sempre buscaram usar esse tema para o processo eleitoral e deixaram de fazer o debate com o qual a população está preocupada. O debate central para as eleições de São Paulo é sobre como teremos uma liderança no Estado de São Paulo que lidere para que esse estado cresça cada vez mais.

Confira a reprodução da notícia

 

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