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A Tribuna - 4/5/2014, domingo, página A-6, Cidades
# Governador participa de encontro internacional do setor, promovido nesta semana pela Associação Comercial de Santos (ACS)
MAURÍCIO MARTINS
DA REDAÇÃO
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) participará do 20º Seminário Internacional do Café, que transcorrerá nestas quarta e quinta-feiras no Sofitel Jequitimar, em Guarujá. O evento, organizado pela Associação Comercial de Santos (ACS), tem mais de 320 inscritos, representando 14 países. É o mais importante encontro do setor cafeeiro do Brasil.
“O café faz parte da nossa cultura e da nossa história. A atividade cafeeira tem um importante papel na economia nacional – o Brasil é o maior produtor e exportador mundial –, e o Estado de São Paulo está entre os maiores produtores do País. O seminário é uma excelente oportunidade para debater, em âmbito internacional, a sustentabilidade na produção e no comércio do café. É uma bela iniciativa da Associação Comercial de Santos”, ressalta o governador.
O vice-presidente da ACS e integrante do comitê organizador do seminário, John Wolthers, destaca a importância da presença do chefe do Executivo estadual.
“A vinda do governador Alckmin para nosso seminário privilegia e prestigia toda a cadeia do segmento do café: produção, exportação, consumo e toda a parte de logística. É uma plataforma ideal para que todos possam dialogar e fortalecer o networking”, menciona Wolthers.
O evento deste ano repetirá o tema discutido na primeira edição, em 2004. Autoridades, produtores, distribuidores, comerciantes, exportadores, importadores e torrefadores farão debates em torno da sustentabilidade no setor. O vice-presidente da ACS lembra o crescimento do mercado de cafés certificados no Brasil, que começou justamente há 20 anos.
“Essas certificações são importantes porque o consumidor final na Europa, nos Estados Unidos e no Japão está cada vez mais criterioso e prefere pagar um pouco mais por um produto certificado”, afirma John Wolthers.
No ano passado, a safra de café no Brasil foi de 48,342 milhões de sacas. Mais de 60% desse volume foi exportado, e a saída ocorreu principalmente pelo Porto de Santos. O seminário pretende fazer um balanço dos anos de certificações. “É um gráfico em ascensão. Na empresa para a qual eu trabalho, 45% das sacas exportadas são certificadas. É um trabalho feito por especialistas, como engenheiros ambientais, que vão para o campo e verificam todos os itens de uma fazenda”, detalha o vice-presidente da ACS.
PROGRAMAÇÃO
Como os meses quentes de janeiro e fevereiro influenciaram na lavoura de café? O que deve acontecer com as futuras safras? Essas questões serão respondidas por especialistas em Agronomia e Meteorologia que foram convidados para falar aos participantes do seminário.
Por causa da seca deste ano, houve uma quebra de 10% a 15% na produção de café no País. Como o Brasil é o maior produtor do mundo (a maior parte provém do Estado de Minas Gerais), o problema afeta diretamente toda a cadeia logística, aumentando o preço final.
“O nosso seminário atrai muitos estrangeiros que querem verificar in loco o que aconteceu na lavoura brasileira. Muitos vêm ao evento e já aproveitam para visitar as fazendas. A nossa produção começa a ser colhida no final de maio e vai até setembro. O pessoal quer ver as consequências que vamos ter com a seca”, diz Wolthers. No consumo de café, os brasileiros só perdem para os norte-americanos.
IMPORTÂNCIA
“O seminário é uma excelente oportunidade para debater, em âmbito internacional, a sustentabilidade na produção e no comércio do café”
Geraldo Alckmin, governador
PROGRAMAÇÃO
Programação
Quarta-feira – 7 de maio
10 horas — Abertura da secretaria para credenciamento
14 horas — Cerimônia de abertura
14h45 —Palestra 1: Sustentabilidade Hoje
Palestrante: Roberto Rodrigues – coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
15h30 — Palestra 2: Por que as Indústrias se Preocupam com Isso
Participantes: Orlando Garcia – diretor de Desenvolvimento de Fornecimento e Produto da Nestlé AS/ Nestec; Fábio Acerbi – diretor de Assuntos Corporativos e
Governamentais da Mondelez Brasil; Tim Scharrer – diretor de Trading e Operações da Starbucks Coffee Trading Company Sarl.
Moderador: John Wolthers – gerente de vendas da Comexim Santos e coordenador da comissão organizadora do seminário
16h45 — Coffee break
17 horas — Palestra 3: O Desafio do Clima
Palestrante: Paulo César Espinoza Etchichury – sócio diretor da Somar Meteorologia.
Moderador: Marcio Calves – diretor executivo da Associação Comercial de Santos
17h45 — Palestra 4: Efeitos da Estiagem na Safra Cafeeira
Palestrante: José Braz Matiello – engenheiro agrônomo da Fundação Procafé.
Moderador: Joaquim Libânio Ferreira Leite – diretor de exportação da Terra Forte Exportação de Cafés
19h30 — Coquetel de boas-vindas
Quinta-feira – 8 de maio
9 horas — Palestra 5: Café: A Realidade Brasileira
Participantes: Guilherme Amado – gerente de Café Verde – Nespresso; Edson Guerreiro – coordenador de Programas Sustentáveis – Cerrado – Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé; Creuzo Takahashi – presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da região de Monte Carmelo - Copermonte; Pedro Malta – gerente da Agrícola Cafés – Nestlé Brasil Ltda.
Moderador: Soren Knudsen – diretor executivo Vaering Corporation Brasil
10h40 — Coffee break
10h50 — Palestra 6: Brasil em Sintonia com as Exigências de Mercado
Participantes: Gastão Mesquita – conselheiro consultivo da Copersucar S.A.; Carlos Santana – diretor comercial da Interagrícola; Luiz Augusto Pereira de Almeida – diretor Comercial e Marketing da Sobloco; Iro Schünke – presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do tabaco.
Moderadora: Vanessa Vilela – fundadora e diretora da Kapeh Cosméticos
12 horas — Encerramento dos trabalhos
Tarde livre
19 horas — Jantar de encerramento
CERTIFICADO
Para conseguir uma certificação, a fazenda de café precisa preencher uma série de requisitos propostos por uma empresa especializada, contratada para essa finalidade.
Essas regras dependem do tipo de selo que o produtor quer ter em seu café. Existem certificações que atestam preservação de florestas, que garantem comércio justo para pequenos produtores e até que envolvem segurança alimentar (o produto é rastreado desde o plantio até o consumidor, garantindo a qualidade).
A explicação é de Soren Knudsen, presidente da SKG, empresa de verificação e certificação de café com sede em Santos. Knudsen, que também faz parte da organização do seminário, afirma que cada empresa escolhe o tipo de certificação que mais tem relação com sua política corporativa e que agrada aos clientes.
“Embora muitos itens (das certificações) sejam iguais, cada uma delas escolhe uma com um propósito sutilmente diferente. A sustentabilidade é um tripé, unindo os lados ambiental, social e econômico. Por isso, cada vez mais empresas estão se apoiando em certificações voluntárias, que agregam valor ao produto”.
CAFÉ EXPORTADO
ANO = TOTAL
2011 = 33.455.683
2012 = 28.281.157
2013 = 31.224.918
(em sacas)
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