Publicada em: A Tribuna - 26/11/2014, página C-6, Porto & Mar
# Seminário acontece nesta tarde e reunirá autoridades e empresários do setor no Parque Balneário Hotel, no Gonzaga, em Santos
FERNANDA BALBINO
DA REDAÇÃO
A relação Porto-Cidade e a redução dos impactos das operações portuárias nos municípios que abrigam o maior porto da América Latina serão discutidas no último painel da segunda etapa da 12ª edição do Santos Export - Fórum Internacional para a Expansão do Porto de Santos, que acontece hoje, na Cidade. Os projetos de revitalização de áreas portuárias e os desafios na formação de mão de obra especializada também serão debatidos por autoridades da região.
O evento terá início às 14 horas, no Parque Balneário Hotel, que fica no Gonzaga, em Santos. No primeiro painel do dia, os debatedores discutirão os desafios e as soluções de infraestrutura para o complexo santista. O evento é uma iniciativa do sistema A Tribuna de Comunicação e uma realização da Una Marketing de Eventos.
“Em relação aos desafios, é preciso avançar para a execução da obra do Mergulhão do Valongo para garantir a revitalização dos armazéns abandonados, além disso, ampliar o transporte ferroviário para cargas, que hoje tem uma pequena participação da movimentação, e reduzir o impacto ambiental causado aos santistas, principalmente pela movimentação de granéis na Ponta da Praia”, destaca o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
As operações de grãos no Corredor de Exportação, que fica na Ponta da Praia, são consideradas o principal conflito Porto-Cidade da Margem Direita do cais santista. As queixas giram em torno, principalmente, da emissão de partículas durante o carregamento dos navios. O forte odor de produtos como soja, milho e açúcar também causam desconforto e até problemas de saúde a moradores do bairro.
Contra isso, a Prefeitura apresentou várias propostas à Secretaria de Portos (SEP) para a transferência dessa operação. Uma das sugestões é levá-la para terrenos da Área Continental de Santos, região com 241 mil metros quadrados destinada à expansão portuária.
No entanto, não está nos planos da SEP a transferência da operação. A pasta pretende licitar um grande terminal graneleiro na região e depende apenas do aval do Tribunal de Contas da União (TCU). O processo está em análise e não há previsão de conclusão.
Paulo Alexandre Barbosa também destaca a necessidade de construção do Mergulhão, a passagem rodoviária subterrânea a ser aberta em frente aos armazéns do Valongo, que promete eliminar o conflito rodoferroviário na região.
Neste caso, ainda será preciso estudar uma forma de reduzir as dimensões do empreendimento. Isto porque seu custo foi avaliado em R$ 820 milhões, valor superior ao previsto pelo Governo Federal. A ideia é gastar apenas R$ 310 milhões na obra. Para diminuir o custo, uma opção é encurtar em até 240 metros a passagem subterrânea.
Ao invés de 970 metros, a estrutura teria, no máximo, 730 metros – mais 200 metros de cada lado para as rampas de acesso, o que somaria 1.130 metros de comprimento total.
PORTO-INDÚSTRIA
Com o objetivo de evitar os congestionamentos que travaram a cidade de Cubatão, durante o período de escoamento da safra agrícola, em 2013, a prefeita de Cubatão, Márcia Rosa (PT), destaca a necessidade de construção de uma via expressa que forma uma nova ligação entre as margens do complexo portuário e segrega o tráfego de caminhões. O conceito foi apresentado à comunidade portuária na edição passada do Santos Export.
“A nossa proposta da Artéria Porto-Indústria, uma nova ligação entre o Porto e o Planalto, segregando o tráfego de caminhões, foi apresentada à comunidade portuária na edição passada do Santos Export. Desde então, temos articulado junto ao Governo Federal a sua inclusão nos projetos da terceira etapa do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que irá garantir grandes investimentos aos portos brasileiros”, explicou Márcia Rosa.
Já a prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB) afirma que a preocupação da administração municipal é com a necessidade de diálogo para garantir investimentos que minimizem os conflitos no trânsito das cidades. “Temos que ter foco na continuidade das obras de infraestrutura para garantir a mobilidade urbana”.
Neste contexto, ela aponta as propostas de transporte hidroviário de cargas e passageiros, que vem sendo debatidas no Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb) e ainda a construção da 2ª fase da Avenida Perimetral da Margem Esquerda, que vai segregar o tráfego de veículos destinados ao Porto e à cidade.
“Guarujá também tem se esforçado para obter um acesso público da cidade até o Cing (Complexo Industrial e Naval do Guarujá). A ideia é que ele passe pelo Monte Cabrão e que se evite o tráfego de caminhões por dentro da cidade, que tem vocação turística”.
Além dos prefeitos, o painel Porto-Cidade contará com a presença do diretor-presidente da Codesp, Angelino Caputo e Oliveira, e do presidente da Associação Comercial de Santos (ACS) e da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini. O editor de Porto & Mar, Leopoldo Figueiredo, será o mediador dos debates.
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# Programação do evento
>> Hoje
14 horas – Credenciamento
15horas – Painel: Desafios e Soluções de Infraestrutura do Porto de Santos Temas: O futuro rodoviário e ferroviário do Porto de Santos;
Hidrovia, uma alternativa logística para Santos
Os acessos às margens Direita e Esquerda do Porto – obras pontuais;
Soluções logísticas para Santos – agendamento de veículos, pátios e ZALs;
Novos modelos de gestão portuária;
A nova Lei dos Portos e os reais impactos da centralização;
Terminais públicos e privados – um novo cenário portuário no Brasil;
As licitações de terminais em Santos – um novo complexo portuário;
O futuro do Porto de Santos – terminais fluviais e offshore
Debatedores: Frederico Bussinger, consultor portuário Caio Fernando Fontana, professor doutor do Instituto do Mar da Unifesp;
Silvio dos Santos, Engenheiro Civil e pesquisador do Laboratório de Transportes e Logística da UFSC;
Luis Cláudio Santana M ontenegro, diretor de Planejamento Estratégico e Controle da Codesp;
Martin Aron, presidente da ABTTC;
João Maria Menano, presidente da AMA.
Moderador: Leopoldo Figueiredo, editor de Porto e Mar do Jornal A Tribuna
16h30 – Coffee-Break
16h45 – Painel: Porto-Cidade
Temas:
O impacto portuário na mobilidade urbana I – os novos acessos ao complexo marítimo;
O impacto portuário na mobilidade urbana II – o transporte hidroviário de passageiros;
O Porto de Santos e seus impactos ambientais – quem tem medo dos portos verdes?;
Retroporto e oportunidades de novos negócios;
Revitalização de áreas portuárias – a parceria entre o Porto e os municípios;
Formação de mão de obra portuária – um novo gargalo?
Debatedores: Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos;
Maria Antonieta de Brito, prefeita do Guarujá;
Márcia Rosa, prefeita de Cubatão;
Angelino Caputo e Oliveira, presidente da Codesp
Roberto Clemente Santini, presidente da Associação Comercial de Santos e da TV Tribuna
Moderador: Leopoldo Figueiredo, editor de Porto e Mar do Jornal A Tribuna.
Fonte: Una Marketing de Eventos
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