Vivane Ávila
Brasília / São Paulo - A Vale está debruçada sobre dois assuntos estratégicos no Brasil e na África. No País, uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) no Estado do Pará, pedindo a suspensão imediata do processo de licenciamento ambiental do Porto do Espadarte, um projeto da mineradora, que comprou, no ano passado, por R$ 10 milhões, 3.000 hectares para a construção do porto, para encurtar em 400 km o transporte de minério de ferro da Serra dos Carajás, que é feito hoje pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA).
Segundo o MPF, o licenciamento concedido pelo Ibama é irregular, pois prevê a utilização de áreas que não podem ser ocupadas porque fazem parte de reserva extrativista. E adia corte de custos para competir mais no mercado externo.
Já na África, a oferta da concorrente chinesa Jinchuan, a maior produtora de níquel do mundo, superou em US$ 200 milhões a sua, e agora a Vale terá de se reposicionar ou para cobrir a oferta chinesa pelas minas de cobre e cobalto no Congo e Zâmbia ou mudar de tática.
No mercado financeiro as apostas são de que a Vale irá preferir a aquisição da Paranapanema, processadora de cobre brasileira. A ideia seria evitar a dívida de US$ 1,12 bilhão pela Metorex, e o principal motivo, segundo a Planner Corretora, é não entrar em "clima de leilão" com chineses.
A Paranapanema expandiu a produção para chegar a 280 mil toneladas por ano. Suas placas de cobre, da planta na Bahia, são exportadas até para a China.
Fonte: DCI - 8/7/2011
08/07/2011