Editorial
A opção do governo federal pelo regime de concessão na reforma e ampliação dos principais aeroportos do país, definida no início dessa semana, deu a partida para uma espécie de corrida contra o tempo, que pode reverter a situação de extrema desvantagem da administração pública quando o assunto é a infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014.
Ontem, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, anunciou o propósito de acelerar a liberação de créditos para as obras de ampliação dos terminais de cidades que receberão jogos do evento esportivo.
O anúncio é tranquilizador para as empresas que vierem conseguir as concessões, uma vez a demora na liberação dos empréstimos é frequentemente motivo de críticas ao banco.
Ao mesmo tempo, o grupo de empresas nacionais e estrangeiras que já manifestaram interesse em disputar as concessões recebeu a adesão da Embraer, cujo presidente, Frederico Curado, elogiou a iniciativa oficial. "A presidente fez um movimento correto. É muito positivo para o Brasil", afirmou.
Elogios também de parte do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. "Estamos muito felizes com a decisão tomada pela presidente Dilma Rousseff, que nos deixou bastante esperançoso de que finalmente será criado um novo padrão de mobilidade aérea que o Brasil merece", disse o governador ao revelar que em 2008 foi procurado por empresas estrangeiras interessadas na concessão do Galeão.
Em maio, devem ser divulgados os editais referentes aos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília e, em julho, do Galeão e de Confins.
Está previsto para hoje encontro, em Brasília, da presidente Dilma Rousseff com representantes do setor aeroportuário para discutir a situação dos demais terminais. Todos esperam que, assim como o prometido pelo BNDES na liberação dos recursos, os processos de licitação, normalmente morosos, também sejam apressados.
Fonte: Brasil Econômico - 2/5/2011
02/05/2011