Paulo Vicente - Professor da Fundação Dom Cabral
Informatizar rotinas administrativas é uma prática adotada há algum tempo na iniciativa privada. Com o intuito de desburocratizar sua gestão, estados e municípios, cada vez mais, seguem o exemplo das empresas e adotam processos eletrônicos para operacionalizar desde folhas de pagamento até a gestão de recursos humanos.
É um passo importante na administração pública, porém governos e municípios ainda têm um longo caminho a seguir. Boa parte deles se encontra no segundo estágio da informatização de seus processos. Iniciaram a modernização dos sistemas pelo setor de pagamentos e, agora, implementam as mudanças no departamento pessoal.
Para que se tenha uma gestão eficiente, seja pública ou privada, é preciso atenção ao terceiro passo desse processo: a gestão de recursos humanos.
Mais do que uma atividade burocrática e de controle, trata-se de um diferencial estratégico, responsável pela atração, retenção e desenvolvimento dos colaboradores.
Dessa forma, um sistema de informação de recursos humanos efetivo torna-se uma base de conhecimento para tomada de decisões, bem como o gerenciamento do capital humano.
Ao se cumprirem esses três estágios, empresas e governos seguem no caminho certo para uma gestão profissional e competente. Mas, para obterem o sucesso ao final dessa jornada, não podem negligenciar um ativo de suma importância dentro de qualquer organização, o capital intelectual.
Considerada um diferencial competitivo, a gestão do conhecimento tem a vocação de facilitar o fluxo de informação, por meio de processos que acumulam os ativos intelectuais e os compartilham, gerando uma gama de competências exclusivas. É um passo além do simples gerenciamento de pessoas.
Um bom exemplo na iniciativa privada é o trabalho realizado pela Vale. Há algum tempo, foi detectado um problema na área operacional. Ao se aposentarem, maquinistas e operadores de guindastes não deixavam substitutos.
Foi criado, então, um programa de capacitação entre os funcionários, renovando as pessoas da casa, antes que a saída do profissional se tornasse iminente.
Com o desenvolvimento de aprendizes, o problema foi sanado sem perda de competitividade. O sucesso na gestão depende de uma série de fatores.
Mas esses quatro estágios abrangem ações fundamentais dentro de uma organização. Ao sistematizar esses processos, ganha-se em tempo, qualidade e eficiência.
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Paulo Vicente é professor da Fundação Dom Cabral
Fonte: Brasil Econômico - 4/5/2011