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Santos, SP/

07/04/2011

O câmbio pede muito mais que atos paliativos

Editorial

"Depois que se transformam em reais, os recursos não têm carimbo", diz Carlos Alievi, estrategista de câmbio da gestora de fundos Infinity Asset, advertindo ser uma perda de tempo tentar controlar o destino dos dólares depois que entram em território brasileiro.

As observações do especialista levam à suposição que pode existir certa dose de ingenuidade no esforço dos técnicos do Banco Central para acompanhar atentamente as operações de entrada de capital de não-residentes superiores a US$ 1 milhão.

Destinada a flagrar empresas que estariam internalizando um volume de recursos superior ao que será investido em projetos produtivos e direcionando o excedente para o mercado financeiro, a iniciativa também se choca com a prática corriqueira de qualquer tesoureiro, de não deixar dinheiro parado na conta corrente.

Este tipo de vigilância, assim como as demais medidas anunciadas este ano em relação câmbio têm sido, na análise de estrategistas financeiros, apenas paliativas, sem conseguir brecar a contínua valorização do real em relação ao dólar.

A mesma avaliação serve para a mais recente delas, o aumento do IOF para 6% nas operações de empréstimos externos de bancos e empresas por prazos inferiores a dois anos. Como a taxação de 6% já vigorava para operações inferiores a um ano, na prática houve apenas uma ampliação do prazo em um ano.

"Essa medida, como todas as outras, é apenas paliativa e não deve tirar o dólar do atual patamar", afirma Samy Dana, professor da Fundação Getulio Vargas. Ruy Quintas, professor especialista em câmbio, vai além e destaca que o Brasil oferece uma rentabilidade 8% superior à dos títulos americanos.

"Pode pôr o imposto que quiser que o dólar não vai deixar de entrar aqui", diz. Também cético em relação às iniciativas do Banco Central, Nathan Blanche, sócio-diretor da consultoria Tendências, sugere como solução deixar o câmbio flutuar sem intervenção até que o dólar encontre o ponto de equilíbrio, em torno de R$ 1,55 na sua avaliação. "A cotação mantida artificialmente viabiliza ainda mais a entrada de capital estrangeiro", adverte.

Fonte: Brasil Econômico - 7/4/2011
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