Editorial
Quem acompanhou a euforia criada em torno do etanol brasileiro alguns anos atrás, motivada pela possibilidade de colocação do combustível no mercado internacional, fica sem entender por que este ano o Brasil teve que importar o produto dos Estados Unidos, justamente um dos mercados cobiçados pelos usineiros nacionais.
Além de equívocos de produtores, como pensar na possibilidade de incrementar as vendas com a criação de entrepostos no Caribe, também contribuíram para aquela euforia o comportamento de personalidades internacionais que aqui estiveram elogiando o etanol brasileiro.
Entre elas, o ex-presidente americano Bill Clinton e os jovens fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin.
A crise financeira global deflagrada no final de 2008, com a retração dos investimentos em novas usinas e a menor expansão da área plantada de cana-de-açúcar delinearam uma situação que seria agravada com a opção de várias usinas pela produção de açúcar, com cotações em alta no mercado internacional.
Uma das consequências é o preço recorde do etanol nos postos de combustível, além da necessidade de importação, impensável tempos atrás.
Diante desse quadro crítico e que, se espera, comece a voltar à normalidade com o início da safra 2011-2013, a partir de maio, são alentadoras iniciativas como a da ETH Bioenergia, do grupo Odebrecht.
A empresa está concluindo os investimentos para colocar em operação nove usinas, com capacidade para processar 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir 3 bilhões de litros de álcool ao ano, a partir de 2012.
Na mesma linha de comportamento, a Petrobras Biocombustíveis também reforça a aposta no etanol, fechando 2010 com dez usinas em atividade e capacidade de produção de um bilhão de litros anuais, ao mesmos tempo em que planeja a expansão da área plantada de cana.
Fonte: Brasil Econômico - 25/4/2011
25/04/2011