Marcelle Gutierrez
São Paulo - O cenário para o mercado de crédito em 2011 parece seguir o mesmo caminho traçado durante a crise econômica mundial, em 2009. Os bancos privados se fecham e dificultam o acesso a novas linhas de crédito e até mesmo a renovação de linhas com juros mais altos. Enquanto isso, os bancos públicos ampliam suas carteiras.
Especialistas afirmam que o temor de uma alta na inadimplência, e também de que o Banco Central tome novas medidas para restringir o crédito para consumo faz com que os bancos já adotem uma postura mais conservadora. "Por outro lado, observamos que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não estão com tanta pressa em conter a linha de crédito", afirma Adriano Gomes, professor de finanças da ESPM.
Para Alexandre Chaia, diretor do Insper, essa agressividade dos bancos públicos pode ter um efeito nocivo. "Se continuarem a expandir (o crédito), o governo terá de colocar mais dinheiro nesses bancos, o que também aumentará a inflação."
No entanto, números divulgados na sexta-feira pelo Ministério da Previdência mostram que os bancos estão buscando alternativas mais seguras para impulsionar suas carteiras de crédito. Em janeiro, houve um aumento de 46% na concessão de crédito consignado para aposentados e pensionistas na comparação com dezembro de 2010. Foram R$ 2,283 bilhões em novas operações. Por outro lado, a Serasa detectou queda de quase 5% na demanda por crédito em fevereiro.
Fonte: DCI - 14/3/2011
14/03/2011