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Santos, SP/

20/09/2010

A educação e o desafio do desenvolvimento do País

Dilceu Sperafico(*)

O fato de o Ministério da Educação não preencher 15% das vagas nas universidades federais após três etapas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com base em notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mostra que nem tudo vai bem no ensino brasileiro. Soma-se a outros indicadores também preocupantes. Como o não preenchimento de 1,66 milhão de empregos gerados em 2009, por falta de candidatos capacitados.

No ensino superior, a China forma proporcionalmente muito mais engenheiros que o Brasil e mesmo estudando em universidades de outros países, os chineses retornam sempre com o objetivo de abrir seu próprio negócio. No Brasil, o ensino superior visa mais a aprovação em concursos públicos, como o ensino médio está voltado ao vestibular.

Outro exemplo da fragilidade de nossa educação está no desprestígio do magistério. Estudo realizado pela Fundação Victor Civita mostra que apenas 2% dos estudantes dos 2.º e 3.º anos do ensino médio desejam cursar e exercer a profissão de professor.

Outros 9% revelam o desejo de cursar disciplinas como Letras, História e Matemática, sem a garantia de que virão a lecionar essas matérias no futuro.

A situação é grave, segundo especialistas, pois conquistas sociais e econômicas das últimas décadas podem se perder se o Brasil não investir mais na formação de sua juventude. Nossas deficiências estão evidentes em estatísticas internacionais de educação.

No relatório “Educação para todos”, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o Brasil aparece na 88.ª posição no desenvolvimento educacional, atrás do Paraguai, Equador e Bolívia.

Para nossa vergonha, os brasileiros analfabetos somam 14 milhões e os adultos têm apenas sete anos de escolaridade em média. Se o País deseja atingir níveis de qualidade de vida semelhantes aos de nações desenvolvidas até 2016, como anunciou o governo, terá de dar prioridade efetiva à educação, da pré-escola ao ensino profissionalizante.

O orçamento para o ensino cresceu, mas teria de ser dobrado, até porque quase metade se destina ao ensino superior e não chega à maioria dos estudantes, especialmente os de baixa renda.

O analfabetismo de 10% da população, por exemplo, só será erradicado em 20 anos, apesar de medidas positivas, como maior liberdade para gastar mais no ensino público, exigência do ensino dos quatro aos 17 anos a partir de 2016 e a lei de 2008, que fixou piso salarial nacional para os professores a R$ 1.024,67 em 2010.

O raciocínio sobre a importância da educação é simples, pois para crescer o País precisa de mão-de-obra qualificada. Sem educação de qualidade não existe essa preparação.

Com o crescimento econômico somente os bons profissionais são requisitados e ganham mais. Quem não teve boa educação não acompanha o ritmo e perde oportunidades. No Brasil, o número de matrículas no ensino médio continua baixo e há grande evasão escolar.

O jovem que não tem perspectiva de ingressar no ensino superior desiste de estudar e não adquire preparo para crescer no mercado de trabalho. Somente o bom ensino resolve esses e outros problemas, como a violência, que já atinge até professores em sala de aula.

Para mudar tudo isso, é preciso ensino de qualidade e em tempo integral, pois crianças não podem ter só quatro horas de aula por dia, como também é necessário reduzir diferenças entre educandários particulares e públicos.

(*)Dilceu Sperafico (PP-PR) é deputado federal.

Fonte: Paraná Online - 6/4/2010
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