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Santos, SP/

08/07/2014

Troca de comando na Secretaria Especial de Portos

Coluna O Porto e Suas Questões

Paulo Schiff(*)

O Plano Real completou 20 anos no início deste mês. A economia brasileira apresentava, antes dele, bizarrices que alguém na faixa de 30 anos, portanto entrando na adolescência naquela época, não consegue entender e, às vezes, nem acreditar num cenário de economia estabilizada. Confisco de poupança, congelamento de preços, inflação de 80% ao mês, conta bancária remunerada dia-a-dia, fila nos supermercados na noite do 5.º dia útil... E por aí vai.

É difícil prever se vai haver reforma política no Brasil ou não. Mas se houver, e os procedimentos políticos voltarem à normalidade, é provável que daqui a 20 anos, quem está entrando agora na adolescência, também não consiga entender ou acreditar nas bizarrices do comportamento político deste 2014.

Uma dessas anomalias afetou diretamente o setor portuário.

A presidente Dilma Roussef negociou o Ministério dos Transportes em troca de apoio político de um partido, o PR, na campanha presidencial. Uso mais escancarado da máquina pública com fins eleitorais, impossível. Mais espantoso ainda é que essa negociação tenha sido feita com um político preso, o líder do PR, Valdemar da Costa Neto.

Você, que tem uma filha ou um filho de 12 anos, consegue se imaginar explicando isso para ela ou para ele daqui a 20 anos?

Como isso afeta o Porto?

O ministro desalojado do ministério negociado, César Borges, ganhou como prêmio de consolação a Secretaria Especial de Portos.

O ministro-chefe da Secretaria, Antônio Henrique Silveira, ficou na pasta como diretor-executivo.

A troca pode ser olhada com otimismo, na versão Poliana. O novo ministro-chefe da SEP chega com uma visão multimodal do Ministério dos Transportes e tem na equipe o ministro anterior que tem na cabeça todos os processo da SEP em andamento.

Também pode ser analisada com as lentes cinzentas dos pessimistas e reclamentos que vão ver descontinuidade, necessidade de período de adaptação e desmotivação em quem perdeu status.

De qualquer maneira, traduz a visão governamental relativa à SEP - e não necessariamente aos portos: acessória, moeda de troca.

Para bons observadores isso já tinha ficado claro no ano passado pelo papel de protagonista da Casa Civil nas negociações relativas à lei 12 815/13, o novo marco regulatório dos portos.

(*)Paulo Schiff é jornalista. E-mail: prschiff@uol.com.br

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