Clima e Previsão do Tempo
Santos, SP/

31/12/2013

Apagão logístico e imobilidade urbana: Não é questão de haver ou não recursos, é questão de haver ou não projetos

Coluna O Porto e Suas Questões

Paulo Schiff(*)

A logística e a versão dela na vida das cidades, a mobilidade urbana, vão estar entre os temas mais importantes na vida brasileira pelo menos até o final desta década.

A opção pela rodovia, feita na primeira metade do século passado, custa caro hoje. Custo ambiental e financeiro do petróleo queimado por automóveis e caminhões.

A vida das cidades sem metrô, ou com metrô insuficiente, está infernalizada. Quem pode usa helicóptero. São Paulo é a cidade campeã mundial nessa modalidade ultra-elitizada de transporte.

O Brasil tem muito pouco transporte ferroviário tanto de passageiros como de cargas. Hidroviário, menos ainda.

As cidades da Baixada Santista sentiram o gosto amargo dessa deficiência neste ano. 2013 começou com cenas do Inferno de Dante na volta dos turistas do Ano-Novo. A Rodovia Padre Manoel da Nóbrega parada num calor (como diria Nelson Rodrigues) senegalesco e nem um banheirozinho químico para um pit stopzinho. A Rio-Santos, a Oswaldo Cruz, a Tamoios...

Depois veio o escoamento da safra de grãos com congestionamentos do sistema Anchieta-Imigrantes e da Cônego Domenico Rangoni medidos em inacreditáveis 40, 50 quilômetros.

Dizem que a diferença entre o estadista e o político é que o primeiro pensa nas próximas gerações e o segundo, nas próximas eleições.

A deficiência logística e a quase imobilidade urbana no Brasil de hoje atestam essa verdade.

Prefeitos, governadores e presidentes deixaram a coisa chegar nesse caos.

Não é verdade que seja uma questão de haver ou não recursos. É uma questão de haver ou não projetos. Se houvesse projetos de ferrovia, de dutovia  e de hidrovia, certamente haveria financiamento internacional para eles.

Em Santos, o ex-prefeito João Paulo Papa, no oitavo ano de dois mandatos consecutivos e depois de 8 anos no primeiro escalão dos setores de Planejamento e de Transportes do período Beto Mansur, entregou um projeto “conceitual” para a  entrada da cidade ao governador Alckmin. O que é um projeto “conceitual”? Uma idéia rascunhada? Um rabisco numa folha de papel? 16 anos depois?

2014, infelizmente, não promete ser um ano melhor nesse quesito.

Então vamos desejar para nós mesmos que mais estadistas e menos políticos saiam vitoriosos nas futuras eleições. E projetos!!! Projetos de logística, projetos de mobilidade urbana e...

Um projeto de país!!!

FELIZ 2014!!!

(*)Paulo Schiff é jornalista. E-mail: prschiff@uol.com.br

 

Voltar

Leia também

VTMIS e antidrone nos planos do Porto

Inscrição Evento Consulado Americado e ACS

CAFÉ: Plano Safra 2023/2024 impulsiona o agro brasileiro

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site, de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.