Clima e Previsão do Tempo
Santos, SP/

17/12/2013

Um recorde a ser comemorado e muitas preocupações

Coluna O Porto e Suas Questões

Paulo Schiff(*)

O Porto de Santos vai bater a marca de 110 milhões de toneladas movimentadas em 2013 e estabelecer assim um novo recorde histórico.

O feito merece comemoração. Mas também gera preocupação.

O navio que chegou a Santos neste ano e no ano passado, nos cálculos da armadora Maersk, levou em média 16 horas para atracar. Nos gráficos de acompanhamento da Companhia Docas, esse período é um pouquinho diferente. Como o valor é médio, isso significa que alguns esperam dois, três dias, coisa que a Codesp também reconhece.

De um lado, isso significa demanda. Sucesso. Um porto requisitado. De outro, significa prejuízo para os donos de navios. E também para os proprietários das cargas. Um porto que tem dificuldades no quesito agilidade.

A demora exagerada não combina com os ganhos de produtividade conquistados nos últimos vinte anos, desde a privatização da operação portuária.

Mas deixa claro que ainda existe muito espaço para investimentos que levem essa produtividade a patamares equivalentes aos dos portos tecnologicamente mais modernos e avançados do mundo.

Como também escancara, juntamente com as previsões de aumento da movimentação que vêm sendo confirmadas na prática desde 2009, que há espaço também para projetos de expansão do número de berços de atracação.

Uma e outra coisa dependem da competência do governo federal para preparar licitações que não se percam nos meandros dos licenciamentos ambientais ou não se desgastem em chicanas desnecessárias com o Tribunal de Contas da União e com as prefeituras da região.

Outro dado preocupante é o do tempo de espera para liberação de um contêiner. Não há justificativa para uma via-crúcis de três semanas, período também levantado no estudo encomendado pela Maersk.

A esses dados deve ser acrescentado o apagão logístico que afetou o Porto em várias ocasiões neste ano e que paira como uma nuvem ameaçadora para o ano que vem e os próximos.

Não basta conquistar o cliente. O trabalho mais importante acontece depois da conquista: a manutenção dele. E isso só é conseguido se ele estiver satisfeito.

Daí a preocupação com os incômodos que armadoras e donos de carga têm tido em Santos.

A inauguração próxima do novo Canal do Panamá e a abertura propiciada pela nova regulação portuária para a abertura de novos portos privados são fatores que desenham um novo ambiente de concorrência nos próximos anos.

Ou seja: há pressa por soluções para esses incômodos.

(*)Paulo Schiff é jornalista. E-mail: prschiff@uol.com.br

 

Voltar

Leia também

VTMIS e antidrone nos planos do Porto

Inscrição Evento Consulado Americado e ACS

CAFÉ: Plano Safra 2023/2024 impulsiona o agro brasileiro

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site, de acordo com a nossa Política de Privacidade. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.