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Santos, SP/

31/01/2011

O que se espera do novo ministro?

Coluna De Olho no Porto

Paulo Schiff(*)

O que será que a comunidade portuária espera do novo ministro dos Portos?

A empresária Agnes Barbeito, presidente da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, vai direto ao ponto: entusiasmo, envolvimento e paixão. Agnes espera que o eng. civil José Leônidas Menezes Cristino “se apaixone pelo setor portuário como acontece com todas as pessoas que se envolvem profissionalmente com essa atividade”.

Nesse primeiro mês de ministério, a atitude de Leônidas Cristino pode ser definida como uma imersão no universo dos portos brasileiros. Chegava cedo à sede da Secretaria, estudava as questões, conversava com as pessoas, assimilava problemas, analisava as soluções encaminhadas, discutia alternativas, saía tarde.

O ministro traz para o exercício do cargo, a formação técnica de engenheiro civil na Universidade de Fortaleza - Unifor - e obras e projetos principalmente rodoviários. Traz também uma preparação política. Foi diretor de Operação da prefeitura de Fortaleza, na gestão de Ciro Gomes. Entre 1991 e 1994, foi Secretário dos Transportes, Energia, Comunicações e Obras do Estado do Ceará. Tem duas eleições para deputado federal, em 94 e em 2002, e duas para prefeito de Sobral, em 2004 e 2008. Renunciou à Prefeitura para assumir o cargo de ministro-chefe da SEP.

Leônidas Cristino chega ao ministério de Dilma Roussef apadrinhado pelos dois políticos mais influentes de Sobral: o ex-ministro, ex-deputado e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, e o irmão dele, Cid Gomes, atual governador do Estado.

Sobral não tem porto. Fica no interior do Ceará. A falta de familiaridade com navios e estivadores não representa empecilho, entretanto, para que o novo ministro abarque rapidamente a importância e as carências da estrutura portuária brasileira e encaminhe técnica e politicamente as decisões que o crescimento do país e o dinamismo da economia exigem.

A comunidade portuária, com raras exceções, atravessou o segundo mandato de Lula em lua-de-mel com o ministro Pedro Brito. A Secretaria Especial dos Portos era uma novidade. A visibilidade das questões portuárias nos meios de comunicação, também. O ministro adotou uma postura de gestor, tirou do limbo de décadas algumas novelas como a da dragagem, a da criação dos Centros de Excelência Portuária e a do planejamento do futuro. Até a presença física de um ministro nas cidades portuárias e a familiaridade dele com as questões dos portos encantava trabalhadores e empresários.

A expectativa em relação ao novo ministro, entretanto, vai bem além desse encantamento de novidade. Já havia no setor portuário, na transição Lula / Dilma, uma clara determinação de batalhar para que a questão portuária passe a ser tratada como política de estado e não de governo. Impõe-se a necessidade de continuidade.

Continuidade no planejamento, nas ações de prazo mais curto, na clareza do tratamento dos contratos de concessão que vencem e nas obras de infraestrutura e acessos.

Em Santos, o porto de maior importância estratégica do país, essas questões têm a importância multiplicada.

Além delas, espera-se também um pouquinho de ousadia e criatividade do novo ministro. Que tal, por exemplo, transformar em realidade concreta o projeto gestado na Politécnica da USP da cadeia logística segura? Ou multiplicar a produtividade portuária dotando os portos mais importantes de equipamentos que garantam a continuidade das operações de embarque e desembarque de granéis em dias de chuva?

(*)Paulo Schiff é jornalista. Email: prschiff@uol.com.br
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