São Paulo - O dólar comercial abriu em alta de 0,60% as negociações de hoje no mercado interbancário de câmbio, cotado a R$ 1,831. Na volta à realidade depois do final de semana prolongado, o mercado europeu não encontra motivos para acreditar que o ambiente negativo que permeou o mês de maio tenha sido superado. Há notícias ruins novas abalando as perspectivas para a região e o euro sofre. As principais bolsas operam em queda.

Se no Brasil a notícia de que a classificação de risco da dívida soberana da Espanha foi rebaixada parece velha, na Europa ela é o primeiro motivo a pesar negativamente nos mercados. Na sexta-feira, quando a medida foi anunciada pela Fitch, os negócios já haviam sido encerrados. O fator mais forte de desânimo, no entanto, é a avaliação do BCE para o setor financeiro. Ontem, a autoridade monetária europeia divulgou relatório no qual prevê que os bancos da zona do euro sofrerão perdas "consideráveis" com empréstimos neste ano e no próximo.

O membro do Conselho de Governo do BCE, Christian Noyer, alertou mais cedo que apesar das repostas dos bancos centrais à crise terem sido bem sucedidas, "estimular a economia pode ser mais desafiador e novos riscos podem pesar negativamente sobre a recuperação em andamento". E os indicadores econômicos do dia não animam. Na China, o índice oficial dos gerentes de compra caiu de 55,7 em abril para 53,9 em maio. Na Europa, o PMI recuou para o menor nível em três meses em maio. Foi de 57,6 em abril para 55,8 no mês passado. Além disso, a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que a taxa de desemprego na zona do euro subiu para o nível mais alto em quase 12 anos em abril, para 10,1%.

No Brasil, a reação dos operadores do mercado de câmbio acompanha o comportamento internacional. Hoje saem os dados da balança comercial de maio no Brasil, mas não devem tem grande influência.

Fonte: Agência Estado - 1.º/6/2010